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Enviada em: 21/08/2017

O advento da Revolução Técnico-científico-informacional, iniciada em meados do século XX, e os permanentes avanços tecnológicos possuem a capacidade de influenciar as relações políticas, econômicas e sociais na contemporaneidade. Assim, com a internet, surgiram novas formas de adquirir produtos, mas também de se informar acerca dos impactos dos hábitos consumistas, de modo que tornou-se evidente a efetivação de formas colaborativas e menos impactantes de pensar a economia.       Inicialmente, mencione-se a importância de momentos de dificuldade financeira para repensar hábitos e criar alternativas de consumo. Nesse sentido, haja vista a crise que assola o país, surgem ideias econômicas criativas e sustentáveis de empréstimo, troca e compartilhamento de bens materiais. Essas iniciativas de colaboração, utilizando-se das tecnologias de rede, como Facebook, além de ajudar a reduzir gastos, aproximam os laços interpessoais, pois os indivíduos precisam interagir mais e dependem uns dos outros para permitir o funcionamento desse sistema. Um exemplo a ser citado é o da "Roupateca", iniciativa paulista na qual, por meio de assinatura mensal, é possível ter acesso a um guarda-roupas compartilhado, com centenas de peças, o que, sem afastar as pessoas das mercadorias do modo de produção capitalista, prova ser possível usufruir de mais itens possuindo menos.       Ademais, as plataformas digitais de "crowdfunding" - financiamento coletivo - retiram dos empresários e transferem para a sociedade as opções de consumo. Nesse contexto, os filósofos Adorno e Horkheimer apontam como típica do sistema capitalista a Indústria Cultural, por meio da qual se vendem ideias voltadas à conservação do sistema econômico e do poder das elites. Sob essa ótica, sites, como o "Catarse", no qual se pode divulgar projetos e arrecadar investimentos de toda a sociedade, subvertem essa lógica de padronização e se inserem definitivamente nos hábitos de consumo da coletividade. Assim, isentos dos interesses das mídias de massa, artistas e pesquisadores ganham liberdade criativa e a população lucra em produção cultural e intelectual independentes.       Por fim, seja como estratégia econômica ou como escape da doutrinação cultural as economias colaborativas se inserem cada dia mais no cotidiano do brasileiro. Para ampliar ainda mais iniciativas, o Governo Federal, aliado ao SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -, deve promover concursos de inovação e financiar novos projetos de economia colaborativa, para amenizar e reverter o cenário de crise. Conjuntamente, as Secretarias de Educação Municipais podem inserir nas escolas dinâmicas e jogos educativos que, ao valorizarem a criatividade e o raciocínio crítico, formem alunos ávidos por novas ideias e produtos, que não aceitem a massificação como padrão de consumo. Talvez, assim, seja possível efetivar uma cultura de sustentabilidade.