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Enviada em: 16/10/2017

Com a Revolução Técnico-científico e o avanço da globalização, a tecnologia foi ganhando espaço devido às facilidades trazidas pelo acesso à internet. A sociedade de consumo do século XX, que visava a acumulação de bens, foi se modificando e, hoje, o verbo comprar tem sido substituído por compartilhar, emprestar e alugar. Assim, evidencia-se o surgimento de uma nova configuração social que, por meio do relacionamento em rede, está mais ligado ao acesso do que à posse de produtos.       Nesse cenário, pode-se observar que a economia colaborativa tem ganhado força no mercado. Sendo totalmente diversificada, indo desde redes de compartilhamento de conhecimento, como a Wikipédia, até ao compartilhamento de bens e serviços, como o Uber e o Airbnb, atrai cada vez mais o interesse popular. Além disso, por serem mais baratos do que os modelos tradicionais, garantem um maior acesso aos produtos, sem que haja necessidade do aumento na produção. Desse modo,  nota-se uma maior preocupação com o meio ambiente e a valorização de hábitos mais sustentáveis.        No entanto, observa-se que ao utilizar aplicativos para a comercialização de serviços, não existem leis que regem tais transações, o que pode gerar riscos tanto para o consumidor, quanto para o empregado. Outrossim, a falta de regulamentação faz com que as empresas ligadas a tal economia paguem menos impostos, provocando uma revolta nas empresas tradicionais devido à competitividade dos preços que, muitas vezes, não podem ser batidos, acarretando em uma concorrência desleal.       Ainda convém lembrar que devido à crise econômica atual, as pessoas buscam por qualquer forma de serviço para se sustentarem, encontrando uma opção na economia compartilhada. Porém, como esta conta com uma precarização das condições de trabalho, visto que não se tem garantias quanto à jornada de trabalho e nem acesso aos direitos trabalhistas, acarreta na exploração do proletariado, como criticado pelo sociólogo Karl Marx. Ademais, em tempos de Modernidade Líquida, a tecnologia afasta ainda mais as pessoas, provocando uma efemeridade das relações, o que gera consequências preocupantes, como o comodismo, o sedentarismo e a falta de capacidade para lidar com o outro.        Sendo assim, o Governo Federal deve garantir que os direitos trabalhistas sejam sempre respeitados, através da criação e sanção de leis que abranjam as redes virtuais. Em adição, as escolas podem mostrar a importância das relações interpessoais para o desenvolvimento do indivíduo, por meio de palestras eprojetos pedagógicos. Por último, o Ministério da Tecnologia pode estabelecer normas que visem a igual competição entre os serviços de plataformas virtuais e empresas tradicionais, para que haja uma concorrência mais justa. Assim, a economia compartilhada será mais eficiente e continuará se expandindo.