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Enviada em: 30/06/2018

Recentemente, o Ministério da Educação lançou um projeto nacional para que todas as escolas, tanto públicas quanto privadas, possuam o mesmo currículo básico de ensino, visando assim uma educação igual para todos. Porém, o fato é que não basta haver a mesma grade curricular para promover educação pública de qualidade visto que tal problema envolve aspectos políticos e demandas sociais.       No que tange a dimensão política da questão, é válido lembrar a sociologia marxista ao afirmar que na atual sociedade de classes capitalista, o lucro é prioridade, e o privado sobrepõem-se ao coletivo. Nesse contexto de sociedade, no qual o governo não prioriza a educação pública, destinando-lhe mais verbas por exemplo, ao passo que negocia com empresários investindo maciçamente nas áreas econômicas que garantem retornos financeiros, torna-se difícil pensar em melhoria do sistema de ensino. Com isso, a população mais carente permanece à margem, pois para eles só restam escolas sem estrutura física, com falta de merenda, materiais e livros, além de professores desmotivados e mal remunerados.          Também é preciso considerar a situação social  na qual os alunos da rede pública muitas vezes estão inseridos, isto é, o cenário de pobreza e violência que muitos se encontram . De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, o meio é determinante para as ações do indivíduo. Sendo assim, alunos que vivem em um ambiente carente das necessidades mais básicas como alimentação, segurança e saúde, dificilmente sentirão-se motivados para estudar ou se quer terão esperança de ascender socialmente através da educação, buscando por vezes alternativas erradas para obter a melhoria de vida que desejam.          Nesse panorama nacional no qual  o ensino público de qualidade e igual para todos tem sido um desafio a ser alcançado pelo Brasil, medidas precisam ser tomados. É de suma importância a atuação do Governo Federal destinando uma parcela maior de recursos financeiros para a educação, devendo fiscalizar se os poderes executivos locais estão investindo tais recursos na melhoria das escolas e no salário dos educadores. Ademais, o Ministério da Educação, em parceria com os governos municipais de ensino, poderia instalar núcleos de assistência social dentro das escolas localizadas em bairros mais carentes, visando ajudar os alunos em situação de risco social através de visitas nos lares para administrar projetos de distribuição de cestas básicas e atendimento psicológico. Seriam esses alguns passos para que o sonho de um sistema educacional público melhor saia dos papeis e torne-se uma realidade.