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Enviada em: 02/11/2018

A escola, em teoria, assim como afirma a Constituição de 88, deveria estar apta a despertar o interesse bem como deveria garantir a possibilidade de mobilidade social de seus alunos. Contudo, na prática, o Brasil possui um crescente índice de evasão escolar. Isso ocorre, pois, a escola não proporciona a seus alunos a libertação das amarras da passividade que alienam e impossibilitam que esses estudantes vejam na escola a possibilidade de ascensão social. Além disso, o contexto vivido por esses alunos, muitas vezes, os obriga a buscar retornos financeiramente mais imediatos, forçando-os a deixar o âmbito educacional.   A escola, na maioria das vezes, possui uma ideologia burguesa de ensino, formando indivíduos passivos, que aceitam as imposições feitas e não desenvolvem a criticidade. Essa passividade, principalmente nas classes menos favorecidas economicamente, prejudica a conscientização da real situação na qual esse estudante menos favorecido se encontra. Dessa forma, assim como afirma Paulo Freire, o indivíduo, alienado, não compreende sua situação de opressão, o que impossibilita que esse arranque de si o estereótipo de corpo dócil, dificultando, dessa forma, o entendimento de que a principal forma de ascensão social é por meio da escola.   Ademais, como fator agravante, na maioria das vezes, os estudantes são arrancados do ambiente escolar por seu próprio contexto. Isso ocorre, pois, a escola se torna um empecilho para os estudantes que necessitam de retorno financeiro imediato para seu próprio subsídio ou para o subsídio de sua família. Dessa forma, injustamente, esse estudante é obrigado a retirar-se do âmbito escolar para dar espaço a práticas mais rentáveis e que mantenham sua sobrevivência. Tudo isso, contribui para o crescimento das taxas de evasão escolar, que, no último censo do INEP, chegaram a 11,2%, percentual alarmante e evidenciado principalmente nas escolas públicas.   Portanto, nota-se que medidas são necessárias para que, de fato, os alunos se conscientizem da real importância da escola, como meio para ascensão social, bem como para que não sejam obrigados a deixar o ambiente escolar por falta de subsídios. Dessa forma, o governo federal, juntamente com o Ministério da Educação, deverá implantar, por meio de leis federais, mais aulas semanais de sociologia e filosofia, matérias que despertam a criticidade do aluno, de forma que evidencie-se a real importância da escola como possibilidade para ascensão social. Além disso, o governo deverá subsidiar, por meio de bolsas de estudo, alunos que necessitam de apoio financeiro para permanecer no ambiente estudantil.  Dessa forma, desprendendo-se das amarras ideológicas, esses alunos, que não mais serão corpos dóceis, perceberão a real importância do estudo para sua própria liberdade e ascensão social.