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Enviada em: 18/09/2017

A Constituição Federal de 1988, artigo 5, assegura a todos o direito a educação. Entretanto, os indivíduos ainda não possuem esse direito na prática, seja pela falta de infraestrutura nas escolas, seja pelas causas da crescente evasão escolar no país. Nesse sentido, um diálogo entre o Estado e a sociedade faz-se necessário para a melhor administração dessa problemática.    A princípio, vale ressaltar que mudanças na educação funcionam a longo prazo. Portanto, antes de mudar a carga horária e o currículo escolar, como proposto pelo projeto de reforma do Ensino Médio, é preciso implantar os quatro pilares tidos como essenciais pela Unesco: falta aprender a ser, a fazer, a conhecer e a conviver. Tem-se como prova disso, dados divulgados pelo Pnud que apontam que o Brasil tem a terceira maior taxa de evasão escolar entre 100 países, sendo que considerável parte dos estudantes abandona a escola por falta de interesse. Tal conjuntura é ainda intensificada devido a um ensino estritamente acadêmico, fato que o psicólogo Gustave Le Bon discorda ao afirmar que "A educação do caráter não se faz por meio dos livros".   Ainda, é possível perceber que as falhas na educação persistem na questão da gestão deficiente. O Censo Escolar de 2014 mostra que mais da metade das escolas não possui esgoto encanado e que quase um terço sofre com a falta de rede de água. Tais dados são entraves para uma melhora efetiva dos indicadores educacionais visto que ninguém recebe uma educação de qualidade em um espaço precário. Como consequência, diversas ocupações ocorreram em cerca de 1000 escolas públicas, forma de protestos eleita pelos estudantes que são contrários à reforma do Ensino Médio e à PEC 241.     Entende-se, portanto, que é preciso contornar o problema da educação formal no país, começando pela promoção de um ensino mais didático, feito pelo MEC, que envolva projetos multidisciplinares nas escolas públicas e privadas além de professores especializados em tais áreas a fim de desenvolver nos estudantes muito mais do que conhecimento acadêmico, a capacidade de desenvolver competências socioemocionais. Ademais, cabe ao Estado aumentar a verba direcionada as escolas públicas, ampliando o uso de tecnologias, construindo bibliotecas e quadras esportivas, por exemplo. Assim, o protagonismo nos estudantes será estimulado de maneira efetiva além de diminuir os índices de evasão escolar. Dessa forma, a educação será de fato para todos.