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Enviada em: 30/06/2017

O filme ‘’Depois de Lúcia’’, do diretor Michel Franco, retrata o martírio psicológico e físico, na escola, a que a protagonista é submetida. Fora das telas, isso é uma realidade, evidenciando-se pelas constantes humilhações e agressões que muitos jovens enfrentam, caracterizado como bullying. Nesse contexto, nota-se que a perpetuação do bullying advém do preconceito intrínseco à sociedade, o que afeta o âmbito social, psicológico e físico da vítima, sendo necessário, assim, o combate desse problema social por parte da Escola e da família.      Em primeira análise, a escola, local destinado à aprendizagem acadêmica e com significativos papéis na formação pessoal do individuo, é o principal ambiente no qual o bullying é cometido, demonstrando a falha das instituições de ensino em pleitear as ações de respeito mútuo entre os alunos. Ademais, a prática do bullying abrange também o meio virtual, já que os ataques, impulsionados, pelo anonimato, é uma realidade. Desse modo, os insultos preconceituosos atingem, principalmente, pessoas com distúrbios alimentares, negros e deficientes físicos, evidenciando a falta de prática da alteridade. Sob essa conjectura, as vítimas sentem-se hostilizadas e inferiorizadas, o que causa prejuízos ao rendimento escolar e à autoestima. Além disso, os alvos dessa nefasta prática, por sentirem-se retraídas, isolam-se socialmente, o que prejudica a saúde mental desses.     Em segunda análise, o fato social, tratado pelo sociólogo Émile Durkheim, é um fenômeno de perpetuação do preconceito e, consequentemente, do bullying, visto que esse fato é caracterizado pela maneira coletiva de agir e de pensar. Dessa forma, observa-se que se uma criança vive com uma família de hábitos preconceituosos, tenderá a adotar esse comportamento, demonstrando, assim, a importância da família para a formação dos indivíduos e, posteriormente, no combate à problemática. Outrossim, o desamparo familiar é um agravante dessa adversidade, seja pela falta de acolhimento a vítima, seja pela falta de importância dada pela família ao problema.      Visto isso, são necessários maiores esforços para combater os efeitos do bullying na sociedade. Por isso, o Estado deve disponibilizar mais verbas à contratação de psicólogos para ministrar palestras aos pais e aos alunos nas escolas, com o fito de conscientizar sobre os efeitos dessa prática e promover melhores hábitos educacionais dentro de casa. Junto a isso, as escolas devem criar ouvidorias estudantis destinadas ao relato dos casos e elaborar atividades dinâmicas que incitem a aceitação das diferenças e promova o respeito entre os alunos. Ademais, a mídia, por meio de ficções de novelas, deve retratar a realidade do bullying, afim de que as famílias entendam que se trata de um problema social grave. Assim, a sociedade poderá alçar bons resultados na convivência em grupo.