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Enviada em: 14/07/2017

"Em um dos clássicos contos do século XX, "A Caolha" de Júlia Lopes narra a história de uma criança que recebeu vários humilhações simplesmente pelo fato de sua mãe ter nascido somente com um olho. Apelidos pejorativos, insultos e desrespeitos marcaram a atmosfera melancólica do texto. Fora da ficção, a questão do bullying é uma realidade vivenciada no Brasil, onde é preciso - mais do que nunca - não só analisar as causas, bem como as consequências da problemática em questão.             Em primeiro lugar o preconceito com as diferenças está enraizado nos costumes dos cidadãos.Tal fato pode ser entendido na persistência dos afrontamentos praticados pelos colonizadores  que penduram até os dias atuais, por exemplo, muitos deles consideravam que os negros eram mongoloides,  apelidava-os de ratos e vermes. Desse modo, percebe-se claramente a contaminação da mente humana, devido aos atos incoerentes que acabaram influenciando a coletividade a retransmitir tais mazelas. Essa ideia é comprovada na teoria do sociólogo Francis Bacon, quando afirma que "o comportamento do homem é essencialmente contagioso".               Outrossim, os insultos contribuem para o surgimento de diversos problemas. A começar pelo surgimento de impasses psicológicos, no qual muitas das vezes a vítima adquiri traumas que se agravam ainda mais quando a família e a escola não procura resolve-los. Consequentemente a depressão e o suicídio são os os principais resultados, em que o indivíduo não suporta mais viver as opressões, perdendo inclusive vontade de viver a própria vida. Pesquisas realizadas pela Organização Mundial de Saúde, por exemplo, mostram que o bullying está entre uma das principais causas do autocídios de adolescentes. Ademais, quando esses atos fazem parte do ambiente de trabalho, nota-se um decréscimo considerável no desenvolvimento dos funcionários.                Fica claro portanto, a necessidade de romper com os efeitos negativos do bullying. Para isso, é fundamental que o Ministério da Educação juntamente com o terceiro setor- composto por associações que buscam melhorias na sociedade- criem campanhas e palestras educativas nos diversos meios físicos e virtuais, com temas envolvendo a importância de respeitar as diferenças, e o cuidado com as brincadeiras de mau gosto, muitas dessas podem ser realizadas nas instituições de ensino, formando  desde cedo mentes conscientes, rompendo assim com as ideias errôneas do passado. Em consonância, a sociedade em especial os grupos familiares devem oferecer mais atenção ao comportamento das crianças, procurando sempre manter um dialogo, a fim de que os casos de desrespeito sejam descobertos  e resolvidos. Quem sabe assim, os fatos como ocorrido no conto "A Caolha" deixem de ser uma realidade.