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Enviada em: 19/08/2017

Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes divulgados em 2015, no Brasil, foi verificado que um em cada dez estudantes é vítima de bullying no ambiente escolar. Esse é o retrato característico da expansão da intimidação sistemática na sociedade brasileira. Não obstante, a aprovação da lei antibullying, essa ação violenta ainda é um problema persistente, estabelecendo uma relação de poder desequilibrada entre os indivíduos e, como pode ocorrer em qualquer ambiente, perpetua uma cultura de exclusão, intimidação e violência, tornando-se um grave problema social.  Em primeiro plano, vale salientar que as causas para essa prática são múltiplas. O principal meio educativo é a família, sendo assim, a exposição constante a situações de hostilidade familiar, omissão na participação da educação dos filhos e a ausência de valores na qual, principalmente, crianças e adolescentes são sujeitados, possivelmente são refletidos no ambiente escolar, sendo esse o principal meio de exteriorização do ato de bullying.  Ademais, é notório que uma das formas de violência sistemática que mais cresce é a virtual, que apesar de não ser um ato físico, os danos ocasionados com o intuito de causar sofrimento emocional e constrangimento social são gravíssimos. Como de acordo com a pesquisa conduzida pela Universidade de Oxford em 2015, concluiu que 30% dos casos de depressão na vida adulta são diretamente relacionados com o bullying na adolescência. E, segundo dados da ONG SaferNET, em 2016, o número de casos de intimidação sistemática online aumentou significativamente, foram 312 notificações, ratificando a necessidade de prevenção para garantir a eficácia da lei antibullying.   Logo, sendo os principais meios educativos as famílias e as escolas, faz-se necessário, em parceria com o MEC, a elaboração de um projeto de capacitação e conscientização de pais e funcionários escolares, com encontros periódicos com pedagogos para debater formas específicas de prevenção e como transformar o ambiente familiar em um local de harmonia e formação de valores sociais. E, a mídia em parceria com a Secretário Nacional de Promoção dos Direitos das Crianças e Adolescentes, poderia fazer a divulgação de campanhas antibullying, principalmente a virtual, com a finalidade de estimular a denúncia de agressões online nas delegacias de polícia, já que é possível mapear as comunicações, mesmo sem o conhecimento da autoria de tais atos e conscientizar a sociedade de como a omissão dos parentes na educação dos menores de idade pode causar na sua futura postura ética e moral.