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Enviada em: 21/10/2017

A constituição federal de 1988 prevê que todos, indiferente ao sexo, cor, etnia, religião, orientação sexual ou qualquer distinção, são iguais perante a lei. No entanto, ainda no século XXI, a sociedade brasileira convive com a intolerância e o desrespeito da era colonial, dessa forma, não se observa os pressupostos da lei na prática. Em decorrência desse fator, o bullying, agressões físicas, morais, psicológicas ou sexuais praticadas repetidamente por uma ou mais pessoa, tornou-se um dos grandes problemas sociais do país.   Decorrente aos inúmeros casos que assolaram a mídia nos últimos anos o assunto ganhou repercussão e visibilidade nacional, principalmente em abril de 2011 em que o atirador Wellington Menezes, de 27 anos, entrou em seu antigo colégio e efetuou disparos contra as pessoas ali presentes, acontecimento esse que ficou conhecido como a Tragédia de Realengo. Concomitante, em 2014 a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei nº 13.185 em combate ao bullying, a fim de tentar minimizar a ocorrência do mesmo nas escolas. Entretanto, a prática ainda persiste e aumenta a cada ano.    Em 2016, a ONU (Organização das Nações Unidas) realizou uma pesquisa com 100 mil crianças e adolescente, em 18 países diferentes, nela o Brasil apresentou o percentual de 43% de ocorrências, ficando, infelizmente, na parte de cima do relatório. Vale ressaltar que a violência afeta diretamente a vida pessoal das vítimas, que muitas das vezes desencadeiam efeitos negativos que persistem na vida adulta da mesma, como depressão, distúrbios, transtornos, isolamente e insegurança. Além disso, as agressões aparecem de múltiplas formas, principalmente, nos últimos anos, virtualmente, com o termo “cyberbullying”, de origem americana que designa ao bullying praticado nas redes sociais, como característica o anonimato do agressor e a grande repercussão do acontecimento em consequência da instantaneidade da informação, dificultando o cessar da ação.    John Locke, importante filósofo iluminista, afirma que o homem é uma tábua rasa, ou seja, o ser humano é uma tela em branco que é preenchida com experiências e influências. Partindo desse pressuposto, as escolas, importante meio de influência para os jovens, deve, em parceria com o Ministério da Educação, efetivar a lei, desse modo, não deixando impune qualquer tipo de agressão, além de realizar debates e discussões entre alunos, educadores e psicólogos, sobre o tema. Ademais, a mídia, como agente de coerção social, deve promover programas e propagandas de conscientização sobre a importância do fim do bullying para o convívio social. Outrossim, a família deve ficar atenta a qualquer mudança de comportamento dos filhos, além de semear valores como a empatia, a tolerância e o respeito à diversidade, tendo em vista que o bullying tem como alicerce o preconceito.