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Enviada em: 07/09/2017

A bordo do navio Beagle em 1859, o naturalista Charles Darwin talvez tivesse acertada a sua premissa de que prevaleceria a “lei do mais forte”. A lei da seleção natural, em que somente os indivíduos mais fortes se adaptam ao meio, proposta ainda no século XIX, responde um contexto lamentável e contemporâneo: o bullying. Discriminatórias, mas também excludentes, as práticas agressivas têm sua origem em quase totalidade dos casos no âmbito familiar e posteriormente são reproduzidas na sociedade em atos de agressividade e intolerância, desafiando a ordem e cultura moral.       Primeiramente, é válido ressaltar, que para Freud, pai da psicanálise é possível a partir de acontecimentos marcantes, exemplos familiares e traumas, atribuir esses fatores como causa para certos comportamentos de um indivíduo. A exemplo disso é notório que uma criança ao presenciar atos de violência dos pais têm armazenado em sua mente uma proposta para solucionar seus problemas: a agressão. Além disso, o contexto familiar pode somar-se às escolhas do indivíduo, em que, por não aceitar e/ou concordar com determinado comportamento social age em favor do sentimento de superioridade.                                                                                                            Em segundo plano, é importante destacar que as práticas contra minorias são históricas. Negros, homossexuais e mulheres estão entre os mais veementes casos de bullying estatisticamente comprovados. Nos EUA, por exemplo, em 1954 o caso julgado na Suprema Corte “Brown x Board of Education” evidenciou práticas de segregação, pois estudantes negros eram privados de frequentar os mesmos locais dos estudantes brancos, que perdurou durante muito tempo. Isso demonstra a morosidade do enfraquecido sistema de punição contra os “valentões infratores”, que todos os dias abrem as portas para o preconceito e fecham as portas para a legalidade constitucional.                                                                                    Em suma, é necessário erradicar as práticas de bullying na sociedade em geral. Para isso seria conveniente a participação de ONG’s (Organizações não governamentais) para contribuir quanto a orientação das crianças ainda no contexto familiar. Seria importante também uma expressiva campanha midiática mostrando as consequências dos atos, bem como criar debates na esfera escolar, já que nesse ambiente os casos ocorrem com maior frequência. Ademais, é decisivo o papel da família na orientação dos jovens, pois esta pode contribuir para sua formação desconstruindo genocídios psicológicos fazendo da sociedade um ambiente melhor.