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Enviada em: 16/09/2017

Baseando numa perspectiva do sociólogo Pierre Bordieau, o bullying pode ser visto para muito além de sua caracterização como um conjunto de atitudes que fomentam a agressão e a intolerância com o objetivo de intimidar, humilhar ou atacar fisicamente o outro. Para ele, tais atitudes são o reflexo de uma imposição de hábitos, valores e comportamentos sociais que se apresentam na forma de uma violência simbólica. Dessa forma, é preciso que sejam compreendidos os graves efeitos desse problema na sociedade, a fim de encontrar formas de combater o seu recrudescimento.      Sendo assim, antes de se pontuar os efeitos do bullying em uma sociedade, é preciso entender que esse é um problema antigo e reflexo de um desafio que a humanidade enfrenta até hoje: o desafio de se conviver com as diferenças. Desse modo, há uma tendência cultural em estabelecer certos padrões comportamentais que não admitem o convívio com a diversidade. Assim, um dos efeitos imediatos decorrentes da prática do bullying, é a intensificação da intolerância, já que as vítimas são, em sua grande maioria, pessoas que fogem dos estereótipos ou que são marginalizadas.      Por conseguinte, o desenvolvimento psicossocial da vítima é bastante comprometido ocasionando implicações drásticas para a sociedade. Dentre essas implicações, tem-se o preocupante aumento dos casos de suicídio entre os jovens, haja vista que quem é alvo de bullying é bastante afetado psicologicamente e pode não suportar as pressões. Além disso, merece destaque o empoderamento do sentimento de vingança em determinadas vítimas, culminando em assassinatos em massa de pessoas inocentes, como no famoso Massacre de Realengo, ocorrido no Brasil, no qual a motivação para tal atrocidade foi o sofrimento do assassino com o bullying que lhe foi direcionado quando jovem.       Por isso, é de suma importância compreender que o bullying não é um problema isolado e que ele possui inúmeras consequências para toda a sociedade. Tendo isso em vista, a melhor maneira de se combater esse grave problema social, é por meio de um reforço na educação pautada em valores humanos como a alteridade e a empatia, sobretudo na infância, visando formar pessoas mais tolerantes e aptas a estabelecerem um convívio saudável com as diferenças. Ademais, é primordial que o ativismo virtual se torne aliado na realização de campanhas de combate ao bullying mobilizando as pessoas a discutirem caminhos para ajudar alguém próximo que esteja sendo alvo dessa atrocidade. Além do mais, a promoção de palestras e dinâmicas nas escolas, realizadas pelo Ministério da Educação, em parceria com psicólogos, podem auxiliar na busca por formas de se combater o problema, que é mais intenso nesse meio, e fornecer possibilidades de interação com a diversidade, reiterando a importância da alteridade e do respeito.