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Enviada em: 18/09/2017

A felicidade plena do ser humano só pode ser alcançada em sociedade, segundo o filósofo Aristóteles, pois o homem é um ser político por essência. De fato, as relações interpessoais são fundamentais na construção positiva do indivíduo. Nesse sentido, torna-se notório a importância do combate ao bullying, uma vez que esse tipo de prática gera graves transtornos para os envolvidos. Logo, compreender os fatores que mantém esse quadro é essencial na compreensão e solução do problema.    A princípio, é válido salientar que a persistência do bullying nas escolas está intimamente ligada ao preconceito da sociedade. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de raciocínio, observa-se que o bullying pode ser encaixado na teoria do sociólogo, uma vez que, se um jovem cresce em uma sociedade com comportamento discriminatório, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Sendo assim, geralmente, as maiores vítimas de tais práticas são aquelas que fogem do padrão imposto e sofrem com a falta de representatividade. Prova disso, foi o recente caso de uma menina de 12 anos que sofreu bullying por ser negra em 3 escolas diferentes, no estado de Minas Gerais.     Outrossim, é importante analisar os efeitos desse tipo de prática na vida das vítimas. Em muitas situações, a falta de preparo do corpo estudantil impede que a agressão seja interrompida, o que resulta na permanência do problema. Dessa forma, muitas vítimas guardam o sofrimento para si e devido à falta de acompanhamento psicológico tendem a desenvolver transtornos físicos e mentais, tais como baixa autoestima, ansiedade e depressão. Além disso, em casos mais sérios, alguns indivíduos enxergam o suicídio como forma de encerrar o sofrimento, o que agrava o problema.     Torna-se evidente, portanto, os elementos que colaboram para a permanência do bullying na sociedade. Cabe às escolas a promoção de debates e reuniões sobre o tema, com a inclusão da família, além da introdução de psicólogos na equipe estudantil para que as vítimas e agressores sejam ouvidos e tratados de forma adequada. Ademais, é válido que o poder público fiscalize as instituições como forma de garantir que a lei esteja sendo cumprida. Torna-se necessário, ainda, a propagação pela mídia de movimentos sociais que dão voz e empoderamento aos menos favorecidos. Assim, gradativamente, esse fato social será aplacado e a felicidade de Aristóteles poderá ser alcançada.