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Enviada em: 24/09/2017

Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um "organismo" por ser composta por partes que interagem entre si. No Brasil, é possível analisar tal conceito sob a ótica de regressão da cidadania através de práticas discriminantes, uma vez que atentados à parcelas do conjunto de cidadãos confere fraqueza às estruturas por ele sustentadas. Com efeito, surgem os alarmantes índices de patologias psicológicas e a sobreposição de vítimas do bullying por seus agressores, gerando um contexto de hierarquia não fundamentada.   A partir das chamadas revoluções industriais e a ascensão do capitalismo, demasiadamente prioriza-se produtos e mercados em detrimento de valores humanos essenciais. O século XXI comprova a indiferença crescente em relação aos comportamentos sociais quando supervisionados no sentido da incidência cotidiana dessa violência. Exemplifica-se a realidade pela taxa média acima de 30% sobre atividades do preconceito étnico nas escolas, segundo o Programa Preventivo Abrace. Nesse sentido, episódios que envolvem a perda da referência nos estudos, o medo do contato social e sentimento de culpa derivado dos ataques constantes, remetem à quadros de profunda insegurança e redução de autoestima. Por conseguinte, há o aumento das crises psicológicas, bem como suicídios que, de acordo com OMS, enquadram o país entre as dez nações com maior ocorrência de casos.   Visto que a integração comunitária é desestruturada com o avanço da discriminação, as condições de tratamento tornam-se precárias. Assim, pela falta de mecanismos sociais na defesa da situação e desconstrução cultural da superioridade carregada pelo praticante, inicia-se a aceitação do ato. Desse modo, a interpretação do agressor como figura inata na população influencia a queda do rendimento em âmbito geral dos ofícios; incentiva-se a evasão escolar e a aversão à ambientes de educação. Destarte, ampliam-se os focos de violência, com a possível transformação da vitima em agente ofensivo, anulando as possibilidades de reabilitação da sociedade.   Os impactos derivados do bullying devem, portanto ser alvos de intensas medidas nacionais. É preciso que o MEC disponha de parcelas de sua receita para a formatação de aulas sociológicas nos colégios, implementando debates sobre a atual questão do preconceito, no exercício da igualdade conferido no Artigo 1º dos Direitos Humanos; com a ajuda de psicólogos faz-se necessária a abertura de temas polêmicos à projetos de educação, aprofundando o conhecimento de movimentos sociais na instituição escolar, a fim de combater pré-julgamentos e atentados psicológicos. Ademais, à grupos jornalísticos e ativistas cabe a função de supervisão e esclarecimento do publico geral, com apoio de órgãos da comunicação, em busca da extinção de conceitos abstratos de hierarquia no contemporâneo. interligado.