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Enviada em: 27/09/2017

Conforme a tese estadunidense denominada "Teoria da Janela Quebrada", pequenas violências impulsionam a ocorrência de maiores atos violentos. É nesse contexto que um dos problemas relacionado ao bullying - ou "intimidação sistemática", de acordo com a Lei 13.185 (norma antibullying de 2015) - tem seu início no Brasil: os agressores, chamados de "bullies", ao serem cruéis com a vítima, abrem precedentes para que outros "bullies" também se manifestem, além de possivelmente provocarem um desejo de violência vingativa em parte dos agredidos. Sendo assim, é evidente que o bullying é capaz de fomentar a agressividade da sociedade brasileira, e esse quadro precisa mudar.       A despeito disso, é possível pensar nas características daqueles que são alvos da agressão. Geralmente, o que motiva o bullying é o preconceito, como racismo, gordofobia, homofobia, transfobia e machismo, por exemplo. Ou seja, é comum que jovens ou adultos que fazem parte das minorias sociais sejam atacados. Essas pessoas já se encontram em um quadro de subjugação, o que, infelizmente, facilita a ação dos "bullies", os quais, ao transmitirem agressividade física ou verbal aos agredidos, colaboram para reforçar o preconceito, a intolerância e a hierarquia entre os conviventes - alguns dominam sob o pretexto de violência e outros são dominados.        Além disso, é importante ressaltar que as vítimas também podem reagir às agressões de forma violenta, seja consigo mesmas ou com o próximo. São recorrentes os casos de bullying em que o alvo comete suicídio, como é retratado na série "Os treze porquês". É também comum que aquele que foi agredido durante algum tempo ataque o próprio agressor, ou simplesmente outras pessoas. Na série "Atypical", é representada uma situação em que uma das personagens, para defender uma outra garota, vítima de bullying, ataca a agressora. Nesse exemplo, não foi a pessoa agredida que reagiu, mas outra, o que pode acontecer na realidade e evidencia a atmosfera de violência que existe em torno de todos aqueles que convivem com o bullying. Já o livro "Os ratos", do autor Gordon Reece, mostra uma jovem que foi vítima de agressões em ambiente escolar e reagiu ao ser atacada fora da escola.       Tendo em vista a situação, é evidente que medidas precisam ser tomadas. A fim de que possíveis agressores e vítimas tenham essas posições evitadas, é interessante que exista acompanhamento psicológico em ambientes propícios à ocorrência do bullying. Nas escolas, por exemplo, é importante que haja psicólogos, já que alunos e professores podem sofrer as agressões. Para isso, o Ministério da Educação, em conjunto com o Ministério da Saúde - já que a violência pode ocasionar problemas de saúde mental - podem organizar a atuação de profissionais da Psicologia em colégios, em acordo, inclusive, com a Lei 13.185 (antibullying). Assim, uma maior ordem social pode ser estabelecida.