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Enviada em: 23/10/2017

No que tange o contexto social, o bullying se materializa como um assunto de alta envergadura. Esse tipo de violência não é algo inédito nas escolas brasileiras, entretanto, só ganhou espaço nas rodas de conversa no limiar do século XXI. Na atual conjectura, esse comportamento antissocial tem gerado grande prejuízo. À luz das mídias de massa, chegam apenas os casos mais graves, o restante, ainda que não sejam noticiados, permanecem com sequelas irreparáveis. As falhas dos modelos educacionais levam a naturalização desse panorama, sendo necessário decifrar afundo essa problemática.       Primordialmente, é lícito apontar os lapsos no sistema de educação como coadjuvante nessa questão. Tal proposição se ratifica frente aos inúmeros casos de violência escolar no Brasil. Nessa perspectiva, o alvo é o diferente: a criança que se destaca nos estudos, a que usa óculos, a mais fraca, a pobre etc. Sob a ótica do filósofo Rousseau, o ambiente é fato decisivo no comportamento dos indivíduos, logo, escolas onde não há medidas para reter o bullying, são terrenos férteis para a propagação do ódio e da intolerância. Diante dos fatos, o ambiente estudantil fica aquém do esperado.     Concomitante a isso, os educadores e pais devem estar atentos a uma série de sintomas que possibilitam aferir quando uma criança esta sendo assediada. As consequências são devastadoras, cabendo acrescentar, que elas vão muito além do momento presente da vítima. Dessarte, nos EUA, a cantora Lady Gaga, uma das figuras mais progressistas do universo pop , como ex-vítima do bullying, criou a fundação “Born This Way” em parceria com a renomada Universidade de Harvard, com o objetivo de valorizar jovens e combater essa prática tão perversa.     Infere-se, portanto, a incontrovertível necessidade de um maior estímulo em medidas paliativas contra o bullying. Sendo assim, cabem as esferas de poder legislativo, executivo e judiciário, a criação de leis antibullying, bem como garantir o cumprimento dessas medidas e possíveis punições aos infratores. É essencial pontuar que eventuais penalidades devem ser aplicadas em plena sintonia com as determinações previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente- o ECA. Ademais, urge que o Ministério da Educação em parceria com os canais abertos, preconize o combate ao bullying, através de vídeos informativos de curta duração. Por fim, o trabalho conjunto entre familiares e professores nas comunidades é de grande valia para o fim de possíveis hierarquias de poder entre alunos, através do acompanhamento acadêmico e dinâmicas de integração. Para constituir um corpo social hígido e consistente.