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Enviada em: 30/09/2017

A série de televisão norte-americana “13 Reasons why” retrata o desfecho trágico que o bullyng pode causar entre jovens e adolescentes, o suicídio. Fora da ficção, essa violência sistêmica é um problema no Brasil que permanece intrínseco, principalmente, na realidade escolar. Tal situação, demanda medidas de conscientização precoce e de desbanalização do assunto na sociedade.        Na Grécia Antiga, povos que não falavam o latim eram denominados bárbaros. Hodiernamente, percebe-se que a visão de etnocentrismo cultural é inerente aos indivíduos e manifesta-se primeira e principalmente nas escolas. Neste ambiente, os jovens que apresentam alguma característica peculiar, seja física ou de personalidade, são hostilizados, o que pode causar danos psicológicos muitas vezes irreparáveis. Dessa forma, esse primeiro contato com as diferenças deve ser utilizado para a formação de valores éticos e de respeito ao próximo como forma de prevenção ao impasse.        Outrossim, cabe destacar também que os conhecimentos escassos a respeito das consequências desse tipo de violência contribuem para sua permanência. Apesar de já ser tipificada como crime, a prática do bullyng ainda é estigmatizada socialmente tanto pelas famílias quanto pelas escolas. Nesse contexto, sinais típicos como o isolamento, são tidos como normais nos jovens no ambiente familiar e brincadeiras de mal gosto passam despercebidas no âmbito escolar, devido ao despreparo referente ao assunto de muitos profissionais. Sendo assim, as vítimas permanecem acuadas em relatar o assunto e os agressores, sem nenhuma repressão, perpetuam seus atos.         Infere-se, portanto, a necessidade de ações conjuntas do Estado e da sociedade para reverter esse mal. Para isso, faz-se mister que o Ministério da Educação promova cursos de capacitação de docentes para identificação de práticas agressivas e de sobre como lidar com tais situações, além de, em parcerias com delegacias especializadas, promover palestras sobre as consequências legais e criminais do bullyng como forma de incentivar a manifestação dos afetados e reprimir os autores. Ademais, a atuação da família deve ser incentivada por meio de propagandas promovidas pelo Ministério da Saúde, que mostrem as graves consequências psicológicas que o bullyng pode gerar nas vítimas com o fito de desbanalizar o assunto na sociedade. Diante dessas ações, o país poderá caminhar lentamente rumo a resolução da problemática.