Materiais:
Enviada em: 03/10/2017

O físico alemão Albert Einstein disse certa vez: ''A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo''. Quem sabe nos dias de hoje, ele compreendesse melhor seu pensamento, uma vez que a maioria das pessoas tratam o bullying como um caso isolado da sociedade. No entanto, ao fazer uma análise mais consistente, surgem as reais causas que convergem para esse problema no Brasil.       Segundo Paulo Freire, educar-se é impregnar de sentido cada momento da vida, cada ato cotidiano. Por esse ângulo, é importante destacar a violência familiar. Isso acontece porque a família é vista como a maior responsável de socialização, já que é durante a infância que os pensamentos e as emoções são construídos. Em virtude disso, se as crianças sofrem agressões dos pais, é bem capaz que reagem também agressivamente em casa ou em outros lugares. Prova disso é uma pesquisa da Universidade Federal de São Carlos, em que cerca de 70% das crianças envolvidas com bullying sofreram castigo corporal em casa. Assim, por meio do olhar atento, os pequenos conhecem e obtém novas atitudes e, imitam na sociedade, seja como vítimas, seja como agressores do bullying.      Em uma segunda análise, é preciso considerar o comportamento no ambiente escolar como a outra questão a ser discutida. De acordo com o teólogo Rubens Alves, a escola forçou-o a pensar ao contrário dos seus próprios pensamentos. Entretanto, isso não é mais visto na maioria dos colégios, uma vez que a hostilidade dos alunos contra o que é considerado distinto e a intolerância velada, transforma crianças e adolescentes em alvos ou vítimas em potencial dessa violência. Nesse caso, as características físicas como o peso, a altura e a cor da pele viram armas psicológicas para importunar a vida dos colegas. Além disso, a sala de aula é determinante na distribuição do papel do agressor ou da vítima, muitas vezes condicionados pelo grupo que estão inseridos. Dessa forma, a escola ideal precisa favorecer um ambiente digno e de formação para a cidadania.    Fica evidente, portanto, que a persistência do bullying é resultado do âmbito familiar e do meio escolar em que estão inseridos. Portanto, é necessário que os pais invistam nas crianças e adolescentes recorrendo à diálogos e ao afeto abrangedor, a fim de ensinar valores de respeito e regras de convivência para que os filhos compreendem e respeitam as diferenças e atitudes do próximo. Ademais, cabe às escolas promoverem atividades e jogos em grupo, como as rodas de conversa, por intermédio do apoio e do incentivo da formação continuada dos professores, que serão capazes de expor sobre a importância de uma relação respeitosa entre os próprios alunos para um lugar isento de atos ofensivos. Com essas medidas, talvez Einstein vangloriar-se-ia por mais essa descoberta.