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Enviada em: 03/10/2017

Em Extraordinário, livro de R. J. Palácio, a história de August Pullman é relatada. O garoto nasceu com uma rara deformação na face e, por conta disso, sempre se sentiu estranho em relação às demais pessoas. August relata a forma como os indivíduos reagem de maneira negativa a sua patologia e o quanto esses direcionamentos são impactantes para a sua vida e geram uma gama de consequências. De maneira análoga a história, estes acontecimentos permeiam a sociedade contemporânea em larga escala. Assim, o bullying é uma das práticas mais frequentes no contexto atual, contribuindo para um corpo social problemático e que encontra dificuldades para viver de forma harmoniosa.    Em vista dos aspectos mencionados, percebe-se que, embora fictícia, a história tem uma grande afinidade com a atualidade. O bullying pode ser caracterizado por atos violentos, sejam eles físicos ou verbais, intencionais e repetitivos que levam a vítima ao isolamento social por sentir-se incomodada com tais ações hostis. Dessa forma, apelidos pejorativos, provocações, discriminações e preconceitos são verificados rotineiramente, atingindo, até mesmo, os professores. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2015, apontam que 20% dos alunos de escolas brasileiras já alegaram ter cometido bullying. Desse modo, ratificando o quanto esse problema ainda é recorrente no país e precisa ser debatido de forma ampla e profunda.    Outro fator determinante é a falta de valorização desse fenômeno social. Francis Bacon, um dos maiores filósofos da Modernidade, já argumentava: "A consciência é a estrutura das virtudes". De acordo com esta linha de raciocínio, nota-se que a falta de conhecimento acerca das consequências que atos como o bullying pode trazer para os indivíduos acarreta em uma série de impasses. Logo, os pacientes dessas mazelas encontram-se em constante desconforto e sofrem problemas relacionados à opressão. Recentemente, em Realengo, um jovem, com problemas psicológicos e que, possivelmente, sofreu bullying, invadiu uma escola assassinando vários alunos e, após, suicidando-se. Dessa maneira, confirmando, portanto, a necessidade de valorizar e reconhecer a importância dessa problemática.    Infere-se, por fim, em vista dos argumentos apresentados, que o bullying é uma mazela para a sociedade. Espera-se que o Estado -em parceria com o Ministério da Educação- implantem medidas socioeducativas como aulas e palestras nas escolas e bairros; deve ser implantado, no currículo de sociologia, uma intensificação acerca dessa problemática com a finalidade de atingir-se o princípio de equidade. Além disso, a mídia, como veículo de conscientização e persuasão, deve desenvolver campanhas publicitárias como publicidades televisivas e internéticas com o intuito de fazer a população atentar-se ao problema, assim conseguindo extinguir o problema e gerando uma sociedade igualitária.