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Enviada em: 11/10/2017

No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho. Assim como no poema de Drummond, muitas pessoas atualmente sofrem com pedras em seus caminhos, sendo uma delas o bullying. No Brasil, muitos casos  têm sido registrados nos últimos anos, a maioria em escolas, onde muitos estudantes sofrem agressões, insultos e humilhações, tornando desafiadora a experiência escolar. Além dos desafios enfrentados, é importante salientar  as consequências e danos psicotraumáticos causados nas vítimas.  Por isso, a luta contra tal fenômeno de violência precisa ser valorizada tanto nas escolas como na sociedade.   Primeiramente, é preciso destacar que a prática do bullying tem relação com a liquidez das relações interpessoais, como dizia, Zygmunt Bauman em seu livro, Modernidade líquida, o qual aborda vários problemas como consequências de uma sociedade despreocupada com o outro. Tal apontamento podemos observar nas instituições de ensino, local designado para práticas de construção do conhecimento, porém, onde também muitos alunos sofrem agressões, não só físicas, mas psicológicas. Segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2015 mais de 190 mil dos estudantes entrevistados alegaram sofrer bullying com frequência, e em comparação com o ano de 2012, houve um aumento de 30% nos casos. Há porém, outros efeitos dessa prática, sendo o mais importante, o dano psicológico que pode trazer várias problemas para a saúde mental.     A dificuldade na aceitação do diferente está implantada no mundo, local onde cada vez esta mais díficil manter uma "cultura de paz" como falava Paulo Freire. Com isso, as pedras no meio do caminho podem vir a tornarem -se um grande obstáculo, que nem sempre é superado, pois muitas pessoas fragilizadas , encontram dificuldade na autoaceitação, o que gera por consequência casos depressão, automutilação e até suícidio. Segundo dados de um estudo realizado na Universidade de Oxford, cerca de um terço dos casos de depressão em jovens e adultos está vinculado a casos frequentes de bullying. Dessa forma, nota-se a necessidade de resoluções eficientes para esse impasse.     É necessário, portanto, a discussão de medidas voltadas à sociedade, que discutam essa prática e apoiem a luta contra o bullying. Em primeiro lugar, o poder público pode fazer seu papel tornando obrigatório o psicólogo nas escolas, visto que a supervisão e o atendimento com um profissional da saúde mental pode evitar danos desencadeados pelo trauma. Bem como, o Ministério da Educação juntamente com as escolas promoverem palestras que influenciem a aceitação do próximo, também a família  reforçando os vínculos afetivos como forma de acolhimento. Só assim, será possível restaurar a cultura de aceitação e a não diferenciação com agressividade.