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Enviada em: 03/10/2017

Na obra “Modernidade Líquida”, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, o mal-estar da pós-modernidade é o principal responsável pela artificialidade das relações sociais e, consequentemente, de tornar os indivíduos incapazes de exercer a empatia. Sendo assim, essa incapacidade de se colocar no lugar do outro está ligada, diretamente, à intensa propagação do ódio gratuito, no contexto hodierno, principalmente na forma de bullying. Portanto, torna-se evidente que o bullying e seus efeitos, no Brasil, são preocupantes. Diante desse contexto, é indubitável que devam-se atentar à omissão das famílias e à negligência das escolas.       Em primeira análise, cabe pontuar que a ínfima participação das famílias frente a prática do bullying sob ou dos seus filhos é uma das causas cruciais do porquê essa realidade perpetua. Vale enfatizar que o mundo hipercapitalista que essas famílias vivem exige uma necessidade cada vez maior de se trabalhar incansavelmente, enquanto isso participar do processo educativo de seus filhos ficou em segundo plano. Fora isso, convém acrescentar que, além do que foi exposto, a promoção de um ambiente hostil e agressivo pode e deverá afetar o comportamento da criança, já que a criança tende a reproduzir o que convive.       Dentro dessa ótica, vale afirmar, ainda, que a negligência das escolas contribui e potencializa o bullying. É indispensável enfatizar que essa violência ocorre majoritariamente dentro dos colégios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessa forma, torna-se óbvio que a escola como instituição socializadora, é falha. Além disso, é importante salientar que essas agressões, sejam elas verbais, físicas ou psicológicas, possuem uma grande responsabilidade na formação do indivíduo. Uma prova disso está no isolamento, baixa autoestima, prejuízo da saúde mental que o bullying poderá gerar na pessoa que é submetida a esse tipo de violência.       Destarte, medidas são necessárias para atenuar os efeitos do bullying na sociedade brasileira. É incontrovertível a necessidade de uma ação conjunta de ONG’S e da família de modo a garantir a formação do indivíduo com base no diálogo. Dessa maneira, cabe à ONG’S desenvolver workshops, palestras e gincanas, nos finais de semana, a fim de garantir uma maior interação dentro das famílias. E somado a isso, a família possuir um olhar mais atento ao comportamento dos seus filhos. Ademais, é inquestionável a precisão do trabalho do Ministério da Educação (MEC) juntamente a psicólogos, com o intuito de proporcionar assistência pedagógica e psicológica à vítima e agressores. Logo, compete ao MEC instituir comissões nas escolas para proporcionar segurança em denunciar as agressões e acompanhamento psicológico dos envolvidos, para que aja uma maior segurança dos alunos.