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Enviada em: 07/10/2017

É incontrovertível que o aprendizado e a violência são incompatíveis. Todavia, ambos têm coexistido no contexto brasileiro, no panorama de bullying escolar. De forma análoga à formação das rochas sedimentares, a problemática possui componentes histórico/sociológicos e educacionais aglutinados, constituindo-se em prática de caráter retrogrado, a ser combatida.    Primeiramente, é importante ressaltar que a escola reflete a sociedade na qual está inserida. A engrenagem capitalista impõe hierarquias, nas quais o poder é concentrado e os desfavorecidos são oprimidos. Destarte, sob ângulos deterministas, o meio influencia o ser, sendo esperado que indivíduos em estágios iniciais de formação emulem o padrão social no qual estão inseridos.    Outrossim, a negligência da escola contribui para a permanência do impasse. Segundo Kant, "o homem é aquilo que a educação faz dele." Nesse sentido, imbróglios educacionais referentes à aceitação do diferente, bem como a omissão e desvelo por parte do corpo docente, funcionam como combustível e comburente de uma reação, cujo produto é a violência propriamente dita, podendo ser física ou moral.    Em decorrência dos fatos supracitados, as vítimas sofrem as agressões em silêncio, desenvolvendo problemas de autoestima e interação social, e até mesmo, transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade. Ao passo que os agressores tender a perpetuar os comportamentos agressivos da vida adulta, devido à sensação de impunidade.    Portanto, são necessários esforços para combater a "rocha" formada. A escola deve realizar palestras sobre a importância de aceitar o diferente, bem como punir com suspensão ou serviços voluntários os agressores. O governo deve subsidiar cursos com o intuito de capacitar os professores, para que eles possam identificar e intervir em situações de violência.  Somente assim acabaremos com a derrota que, segundo Sartre, é o que a violência é em qualquer forma que se manifeste.