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Enviada em: 08/10/2017

O carinho e o Bullying (o tema é "as relações contemporâneas e a prática do Bullying")       Afastamento, efemeridade e liquidez: a superficialidade das relações na contemporaneidade é uma grande promotora da prática do Bullying. Gerando esse menor aprofundamento do envolvimento interpessoal, há um distanciamento emocional entre parentes, um amor fugaz e um enfraquecimento do afeto. Dada a complexidade dessa temática, é válida uma reflexão acerca das problemáticas expostas.        Em primeiro plano, vale uma análise das consequências de uma criação pouco atenciosa. O mundo capitalista exige cada vez mais uma dedicação à economia e ao trabalho. Tal coerção monetária impede uma plena presença paterna no crescimento dos filhos, configurando um desamparo e um sentimento de solidão nas crianças. Isso faz com que, ao iniciar o convívio social, essa frustração seja convertida em Bullying.       Outrossim, relacionamentos amorosos cada vez mais efêmeros são causas da recorrência dessa prática discriminatória. Um dos sintomas da Síndrome de Toksuboto, "a Síndrome do Coração Partido", é a maior agressividade. Tal patologia demonstra relação direta entre desilusão amorosa e violência. Na modernidade, a fugacidade do amor aumenta as decepções românticas e, com isso, desenvolve no ser humano uma tendência ao desrespeito com o próximo.     Ademais, o enfraquecimento do afeto é, sobretudo, a principal materialização das relações superficiais. Tanto ausência dos pais quanto a paixão fugaz são exemplos da liquidez afetiva. O sociólogo Baumman, nos livros "Amor Líquido e "Modernidade Líquida", disserta acerca da pouca emotividade no século XX. Seus estudos relacionaram os conflitos mundiais com essa alteridade suprimida e, em menor escala, pode-se concluir que a carência afetiva pessoal gera atos de violência social.       Percebe-se,portanto, que a principal causa do Bullying é a superficialidade das relações na contemporaneidade. Buscando atenuar o crescente afastamento emocional, cabe a elaboração de leis, pelo congresso nacional em parceria com o Supremo Tribunal, que visem assegurar o tempo de lazer e convívio familiar. Isso pode ser feito por meio de limitação da jornada de trabalho, para uma maior proximidade afetiva com amigos e parentes, e estímulos à participação ativa dos pais nas escolas, utilizando concessão de folgas àqueles que presenciarem projetos e apresentações dos filhos e descontos, patrocinados pelo Ministério da Educação, na mensalidade. Tal intervenção desarticulará os movimentos anti--afetivos e, consequentemente, a prática do Bullying.