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Enviada em: 09/10/2017

É incontrovertível que o aprendizado e a violência são incompatíveis. Todavia, ambos têm coexistido no contexto brasileiro, no panorama de bullying escolar. Nesse sentido, é mister ressaltar que a problemática é oriunda de fatores histórico/sociológicos e educacionais, sendo um ato de caráter destrutivo e inercial, a ser combatido.     Primeiramente, é válido destacar que a escola reflete a sociedade em que está inserida. A engrenagem capitalista impõe hierarquias, nas quais o poder é concentrado e os desfavorecidos são oprimidos. Destarte, sob viés determinista, o meio influencia o ser, tornando-se esperado que indivíduos em estágios iniciais de formação emulem o padrão social que os rodeia. Prova disso está no fato de negros e homossexuais serem estatisticamente mais vitimados com o bullying, reflexo do histórico de marginalização social dos referidos grupos.     Ademais, a negligência da escola contribui para a permanência do impasse. Segundo Kant, "o homem é aquilo que a educação faz dele". Nessa seara, imbróglios educacionais no que tange à aceitação do diferente, bem como omissão por parte do corpo docente, funcionam como combustível e comburente de uma reação cujo produto é a violência propriamente dita, a qual pode ser física ou moral.     Conforme dito por Newton, um corpo tende a permanecer como está até que uma força atue sobre ele. Portanto, para que o dilema cesse seu percurso inercial, é necessária a atuação de vários agentes. A mídia deve veicular campanhas de conscientização sobre os malefícios do bullying nos intervalos de sua programação. O governo deve oferecer cursos com o intuito de capacitar os professores, para que eles possam intervir casos de violência. A escola deve realizar palestras sobre a importância de se aceitar o diferente, bem como realizar atividades lúdicas em grupo, estimulando a colaboração entre os discentes. Somente assim poderemos vencer essa derrota que, segundo Sartre, é o que a violência é de qualquer forma que se manifeste.