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Enviada em: 10/10/2017

Na série de televisão norte americana “Todo mundo odeia o Chris”, é retratado o cotidiano de Chris Rock, um adolescente que sofre intenso preconceito racial no colégio. A temática é abordada com tom humorístico, todavia é feita uma grande reflexão acerca das relações sociais entre os jovens. Nesse contexto, a conjuntura hodierna nacional demonstra que o bullying tem efeitos que ameaçam o desenvolvimento pleno da sociedade, seja pelo aumento dos casos de depressão, seja pela propensão a represálias violentas.       Em primeira análise, cabe pontuar que a discriminação no ambiente escolar colabora com o crescimento do número de pessoas depressivas no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em levantamento de 2015, 75% das pessoas que sofrem preconceito na infância tendem a desenvolver transtornos depressivos em alguma fase da vida. Isso se deve ao comum isolamento da vítima, a qual, por falta de confiança em si mesma, acredita ser inferior aos demais. Por consequência, não desenvolve as habilidades necessárias ao convívio social e torna-se propensa ao distúrbio.       Ademais, o processo supracitado gera, também, atitudes de caráter vingativo, por vezes fatais. Além da preeminente conduta de isolação, muitas vítimas julgam ser necessárias represálias aos seus agressores e premeditam atos extremos. Isso é percebido e lembrado pelos constantes massacres nos colégios dos Estados Unidos. No entanto, tal acontecimento esteve presente na realidade brasileira em 2011, quando um adolescente matou 12 alunos de uma escola em Realengo-RJ. Tal ato foi descrito pelo assassino como uma resposta ao assédio sofrido na instituição em questão.        Em virtude dos fatos mencionados, vê-se que o bullying traz preocupantes consequências à população, logo, é mister a adoção de medidas para o seu combate. Para isso, o Ministério da Educação deve promover, nas escolas, campanhas que criminalizem a prática preconceituosa e incentivem a denúncia do agressor, com o uso constante de seminários e palestras ministradas por psicólogos. Além disso, o aluno que utilizar de violência física ou psicológica contra outrem, por motivo discriminatório, deve ser advertido e em caso de reincidência, deve ser punido com a expulsão imediata da instituição, para que potenciais transgressores sejam desestimulados. Outrossim, o Ministério da Saúde deve investir em mais psicólogos na rede pública, os quais estejam aptos a tratar dos problemas decorrentes desse tipo de violência. Destarte, poder-se-á afirmar que o Brasil oferecerá os mecanismos necessários à mitigação dessa problemática.