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Enviada em: 10/10/2017

No ano de 2017, a plataforma digital "Netflix" lançou a série denominada "13 Reason Why", a qual relata a história de uma adolescente que após sofrer com inúmeras agressões físicas e psicológicas no ambiente escolar, comete suicídio e deixa treze fitas de áudio relatando os culpados pelo seu ato. A realidade vivida pela protagonista antes do suicídio é a mesma de milhares de jovens brasileiros, que sofrem todos os dias com o bullying nas escolas.   A prática de humilhar, ofender e agredir colegas no ambiente escolar era vista como simples brincadeiras de criança e essa visão, infelizmente, ainda perdura na mentalidade de alguns brasileiros. No entanto, tais atitudes têm efeitos nocivos na sociedade, uma vez que traz prejuízos para o agressor, para o agredido, para suas famílias e para a sociedade como um todo. A criança atacada desenvolve sérios problemas de auto estima, tem seus resultados educacionais comprometidos, se isola socialmente e tem grandes riscos de desenvolver um caso de depressão e de atentar contra a própria vida.    No caso dos agressores, a fim de afirmarem seu poder e superioridade, desenvolvem características agressivas que podem perdurar por toda a vida, resultando num adulto destrutivo. As famílias envolvidas, muitas vezes, sofrem como esses efeitos, mas não identificam a causa do problema, falhando na prevenção e solução do bullying. Dessa maneira, os efeitos das agressões não ficam restritos ao ambiente escolar. Somado a isso, as atuais mídias sociais contribuem para o problema, uma vez que a sensação de anonimato, promovida pela internet, amplifica o discurso do agressor, caracterizando o chamado "cyberbullying".   Tendo em vista que o combate ao bullying é lei no Brasil desde 2016 e que a proteção dos jovens é dever das famílias, da sociedade e poder público, são necessárias atitudes para mitigar essa prática nas escolas. As famílias devem identificar possíveis casos de agressão, através do contato acolhedor com seus filhos, diminuindo o isolamento sofrido pelos mesmos. As escolas, por sua vez, devem ter programas psicopedagógicos de combate e prevenção do bullying, além de profissionais capacitados a fornecer assistência aos envolvidos. Por fim, o poder público, por meio da mídia, deve denunciar essa prática, alertando sobre seus riscos às crianças e à sociedade brasileira.