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Enviada em: 14/10/2017

O livro de Jay Asher, "13 reasons why", narra a história de Hannah, personagem que antes de cometer suicídio decide contar suas motivações, entre elas, o bullying. Fora da literatura, essa prática afeta crianças e adolescentes diariamente no cenário acadêmico brasileiro. Esse impasse possui raízes familiares e eclode pela omissão dos envolvidos.       Inicialmente, é lícito referenciar Aristóteles, que afirmou que crianças são amorais e que os conceitos de certo e errado necessários para o convívio social são construídos, principalmente, no seio familiar. Logo, comportamentos violentos no ambiente escolar constumam surgir de sentimentos de revanchismo a cerca de problemas que se originam dentro de casa. Ou seja, a escola é apenas um ambiente propício para que o ódio que já existe, seja disseminado para terceiros. Essa realidade demonstra que Paulo Freire estava certo ao dizer que, quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.    Nesse âmbito, esses terceiros costumam fazer parte de minorias sociais como: homossexuais, negros e nordestinos. Nesse contexto, fica visível a necessidade que os agressores sentem de diminuir determinados grupos para alcançar a sensação de superioridade. Infelizmente, o resultado disso pode ser catastrófico. Ao acreditar que é inferior, a vítima pode apresentar baixa autoestima, queda de rendimento escolar e em casos extremos, optar pelo suicídio. Percebe-se então, que a falta de atenção e omissão perante essa situação, seja de pais, colegas ou professores, contribui diretamente para suas consequências.        Evidencia-se, portanto, que a falta de debate é um entrave para esse problema. Por isso, as escolas devem oferecer palestras informativas para todo o corpo escolar, incluindo os pais dos alunos, quem ensinem maneiras de identificar possíveis sinais de agressividade ou outras atitudes suspeitas que venham a gerar conflitos no ambiente escolar. Ademais, é necessário que o Poder Legislativo proponha e aprove uma lei que torne necessária a existência de profissionais de psicologia em escolas públicas e privadas, que estejam disponíveis para atender as vítimas e encaminhá-las para um acompanhamento adequado. Quem sabe assim, as escolas finalmente se tornem um ambiente propício para a disseminação de atitudes éticas e morais.