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Enviada em: 15/10/2017

Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes divulgados em 2015, no Brasil, foi verificado que um em cada dez estudantes é vítima de bullying no ambiente escolar. Esse é o retrato característico da expansão da intimidação sistemática na sociedade brasileira. Não obstante, a aprovação da lei antibullying, essa ação violenta ainda é um problema persistente, estabelecendo uma relação de poder desequilibrada entre os indivíduos e, como pode ocorrer em qualquer contexto da sociedade, perpetua uma cultura de exclusão, intimidação e violência.  Em primeiro plano, as causas para essa prática são múltiplas. O principal meio educativo é a família, sendo assim, a exposição constante a situações de hostilidade familiar, omissão dos pais na participação da educação dos filhos e a ausência de valores na qual, principalmente, crianças e adolescentes são sujeitados, são os principais catalisadores para a exteriorização de tal ato violento, por exemplo, nas escolas. É paradoxal a manifestação dessa prática maléfica em um Estado Democrático com a existência de uma lei específica no seu arcabouço jurídico, para amenizar e prevenir, e em ambientes com as finalidades de educação, formação de valores sociais e éticos.  Ademais, é notório que uma das formas de violência sistemática que mais cresce é a virtual, apesar de não ser um ato físico, os danos ocasionados com o intuito de causar sofrimento emocional e constrangimento social são gravíssimos. De acordo com dados da ONG SaferNET, em 2016, no Brasil, o número de casos de bullying online aumentou significativamente, foram 312 notificações; Tal acréscimo é atrelado às tecnologias cada vez mais disponíveis a sociedade e a inércia das empresas de redes sociais de responsabilizar-se pela negligência diante da expansão dos crimes de discursos de ódio e cyberbullying. Assim, ratifica a necessidade de prevenção para garantir a eficácia da lei antibullying brasileira.  Logo, a persistência da intimidação sistemática deve ser desconstruída pois ocasiona prejuízos para toda a sociedade. Sendo os principais meios educativos as famílias e as escolas, faz-se necessário, a parceia com o Ministério da Educação, para a elaboração de um projeto de capacitação e conscientização de pais, funcionários escolares e estudantes, com encontros periódicos com pedagogos para debater formas de prevenção, construção de formação moral, respeito mútuo e maior participação do núcleo familiar na educação dos filhos. E, as empresas de redes sociais, poderia direcionar mais recursos e assistência em Segurança de Informação, com a finalidade de aprimorar o monitoramento e denunciar nas delegacias de polícia a publicação de conteúdos abusivos e o bullying online, assim poderá minimizar essa prática maléfica no ambiente virtual.