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Enviada em: 16/10/2017

O "Efeito Werther", provocado por Goethe no século XIX, e a série 13 Reasons Why, de 2017, traçam um paralelo interessante. Em ambos os casos, jovens das respectivas épocas se identificaram com as angústias dos personagens, alimentando um debate profundo sobre depressão. No caso mais recente, além dessa patologia mental, o Bullying e suas consequências também viraram um tema central nas redes sociais. Nesse sentido, a violência moral, física e psicológica entre os alunos ocorre, principalmente, devido à intolerância com o diferente e à competitividade.    Em primeiro plano, a falta de tolerância nas escolas é um reflexo da sociedade brasileira. Nessa perspectiva, para Durkheim, anomia é quando um individuo não se adéqua a um conceito hegemônico. Então alguns jovens, como, por exemplo, homossexuais e pessoas acima do peso, são vistas como alheias à sociedade, e devem ser introduzidas nela por meio da coercitividade. Entretanto, a constituição de 1988 garante o respeito às diferenças, logo, essa perspectiva durkheimiana deve ser inibida nas escolas.     Cabe ressaltar, também, que a competitividade presente no sistema escolar leva à prática de Bullying. Nesse sentido, seja por notas, popularidade ou relacionamentos, os jovens tendem a ver uns aos outros como competidores. Isso ocorre devido ao individualismo hegemônico na sociedade, em que a pessoa é incentivada a prosperar a qualquer custo. Infelizmente, os agressores veem a violência como um meio de autoafirmar seu poder diante dos colegas, causando danos psicológicos as vitimas desses abusos.        Torna-se evidente, portanto, que a prática de Bullying nas escolas é produto da falta de tolerância em relação ao outro e do individualismo competitivo. Para solucionar essa problemática, medidas são necessárias. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Educação incentivar a análise psicológica dos alunos, por meio de consultas bimestrais com psicólogos nos colégios, que orientarão vítimas e agressores, a fim de evitar que o Bullying continue ocorrendo. Além disso, a mídia deve difundir ficções engajadas, por meio dos meios de comunicação de massa, que irão conscientizar as famílias a analisarem alterações no comportamento de seus filhos, com a finalidade de inibir essas ações antissociais. Assim, casos como o de 13 Reasons Why poderão não ser tão verossímeis.