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Enviada em: 16/10/2017

Definido como uma violência internacional e repetitiva, o bullying tem crescido cada vez mais na sociedade brasileira. Para combaté-lo, foi sancionada, em novembro de 2015, a lei de número 13185, popularmente conhecida como "lei anti-bullying". Entretanto, mesmo com ela já em vigor desde fevereiro de 2016, a intimidação sistemática é um problema social ainda persiste. Nesse contexto, deve-se analisar como a omissão familiar e a negligências escolar provocam os casos de tal problemática da vida das crianças e dos adolescentes brasileiros.               A ausência dos pais no processo educacional dos filhos é a principal responsável pela prática do bullying. Isso acontece porque, na sociedade hipercapitalista que vivemos, o desejo insaciável de obtenção do máximo lucro monetário faz com que muitos pais precisem passar mais tempo trabalhando do que educando seus filhos. Em decorrência dessa omissão, as crianças, muitas vezes, acabam desenvolvendo um sentimento de autonomia responsável pela manutenção e potencialização do bullying, pois os agressores não são educados a respeitar o próximo e as vítimas não educadas a procurar ajuda. Não é a toa, então, que, segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE, os casos de intimidação sistemática tenham. em menos de três anos, aumentado em mais de 30%.             Atrelado a omissão familiar, a negligência das escolas também é responsável pelos casos de bullying no cotidiano estudantil brasileiro. Isso, decorre do modelo pedagógico vigente, que, ao invés de ensinar valores éticos e morais básicos que devem nortear todas as relações interpessoais, ensina apenas conteúdos que serão cobrados em provas. Hoje é comum, por exemplo, ver crianças sendo vítimas de violência intencional e repetitiva unicamente pela aparência que tem e, muitas vezes, tais agressões ocorrem na própria sala de aula. Por consequência de tal negligência das escolas, as vítimas de bullying, conforme afirma a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, acabam apresentando uma tendência maior a desenvolver graves distúrbios psicológicos. como ansiedade e depressão e a cometer suicídio.              Torna-se evidente, portanto, que a família e a escola devem combater o bullying. Em razão disso, a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos  da Criança e do Adolescente deve, a fim de buscar a conscientização, disseminar, nos meios de comunicação, propagandas que mostrem aos pais as consequências que a omissão deles na educação dos pode causar.  Ademais, o Ministério da Educação, em parceria com pedagogos, deve realizar uma reforma curricular do ensino infantil, fundamental e médio. Tal reforma deverá incluir, na grade horário escolar, a disciplina de ética e cidadania, que ensinará valores morais essenciais, como o respeito aos próximo. Assim, a lei anti-bullying terá eficácia e a intimidação sistemática deixará de fazer parte do cotidiano brasileiro.