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Enviada em: 17/10/2017

A série estadunidense, baseada em fatos reais, “Todo mundo odeia o Chris”, retrata a vida de um adolescente que, ao ir à escola, é vítima de constantes agressões, físicas e verbais, por ser o único negro nesta, durante os anos 80. Na dinâmica contemporânea, percebe-se que o bullying – violência recorrente e intencional – atinge diversas sociedades, como a brasileira, acarretando uma série de fatores.        Em primeira análise, vale ressaltar algumas das causas e efeitos de tamanha opressão. De acordo com John Locke, a mente é como uma “tábula rasa” – folha em branco – na qual será preenchida por experiências. Nesse contexto, percebe-se que muitos agressores possuem um histórico familiar violento ou responsáveis ausentes, e veem na prática violenta como forma de “vingarem-se” do que já passaram ou de serem aceitos em determinados grupos. As vítimas, geralmente são consideradas “mais frágeis” e/ou “diferentes”, podem desenvolver graves quadros psíquicos, como a síndrome de pânico, e até buscarem no suicídio uma forma de fugirem da realidade, configurando-se um problema social.        Contudo, com o advento das redes sociais, o ódio ao próximo tornou-se crescente. Estas, embora sejam excelentes se forem devidamente utilizadas, impulsionam o cyberbullying por meio dos perfis falsos. Diante do anonimato, diversos cidadãos expõem comentários pejorativos e/ou espalham fotos constrangedoras das vítimas, atingindo grandes proporções, haja vista o enorme número de espectadores. De acordo com a pesquisa da Intel Security, mais de 20% dos adolescentes entrevistados já foram vítimas do preconceito virtual, e mais de 60% presenciaram alguma atitude discriminatória, ratificando a ideia de que existe uma “plateia” diante de tais atos e, muitas vezes, os observam calada.        Portanto, medidas são necessárias para amenizar o impasse. O Ministério da Educação deve elaborar cartilhas, com o auxílio de psicólogos e professores, a serem distribuídas nas escolas, com o fito destas convocarem os responsáveis por crianças e jovens para debaterem acerca do bullying e seus efeitos - presentes e futuros - na vida das pessoas oprimidas, buscando o diálogo como forma de prevenir tal opressão. Ainda assim, as vítimas do cyberbullying devem denunciar os casos, pois existem recursos para descobrir quem está atrás das redes e puni-lo por tal ato, conforme a lei. Ademais, os “espectadores” devem ter, no mínimo, empatia por quem está sendo agredido, reportando às redes que a postagem é preconceituosa e fere a imagem alheia.