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Enviada em: 17/10/2017

Definido como violência intencional e repetitiva, o bullying tem crescido cada vez mais na sociedade brasileira. Para combatê-lo, foi sancionada, em novembro de 2015, a lei conhecida popularmente como "Lei anti-bullying". Entretanto, mesmo com ela já em vigor desde fevereiro de 2016, a intimidação sistemática é um problema social que ainda persiste. Nesse contexto, deve-se analisar como a omissão familiar e a negligência escolar provocam os casos de tal problemática na vida das crianças e dos adolescentes brasileiros.   A ausência dos pais no processo educacional dos filhos é a principal responsável pela prática do bullying. Isso acontece porque, na sociedade hipercapitalista que vivemos, o desejo insaciável de obtenção do máximo lucro monetário faz com que os pais precisem passar mais tempo trabalhando do que educando os filhos. Em decorrência dessa omissão, as crianças, muitas vezes, acabam desenvolvendo um sentimento de autonomia responsável pela manutenção e potencialização do bullying. Não é atoa, então, que segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE, os casos de intimidação sistemática tenham, em menos de três anos, aumentado mais de 30%.   Atrelada à omissão familiar, a negligência das escolas também é responsável pelos casos de bullying no cotidiano estudantil brasileiro. Isso decorre do modelo pedagógico vigente, que, ao invés de ensinar valores éticos e morais básicos que devem nortear todas relações interpessoais, ensina apenas conteúdos que serão cobrados em prova. Hoje, é comum, por exemplo, ver crianças vítimas de violência intencional e repetitiva unicamente pela aparência que têm e, muitas vezes, tais agressões ocorrem na sala de aula. Por consequência, as vítimas de bullying acabam apresentando uma tendência maior a desenvolver graves problemas psicológicos, como ansiedade, depressão e até cometer suicídio.  Torna-se evidente, portanto, que a família e a escola devem combater o bulllying. Em razão disso, a Secretaria Nacional da Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente deve, a fim de buscar a conscientização, disseminar, nos meios de comunicação, propagandas que mostrem aos pais as consequências que a omissão deles na educação dos filhos pode causar. Ademais, o Ministério da Educação, em parceria com pedagogos, deve realizar uma reforma curricular do ensino infantil, fundamental e médio. Tal reforma deverá incluir, na grade escolar, a disciplina de ética e cidadania, que ensinará os valores morais essenciais, como respeito ao próximo. Assim, a lei anti-bullying terá eficácia e a intimidação sistemática deixará de fazer parte do cotidiano brasileiro.