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Enviada em: 18/10/2017

No livro “Extraordinário”, de R. J. Palácio é relatado à história de um garoto que possui uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial. Quando ele se integra à comunidade escolar, no 9º ano, agressões verbais são cometidas devido à sua aparência. No entanto, apesar de ser uma obra ficcional, tal problemática se faz presente nas instituições educacionais brasileiras. Nesse sentido, é observado que a intolerância ao diferente somada à falta de estruturação no âmbito escolar são impasses a serem superados pela sociedade brasileira.  É relevante abordar, primeiramente, o papel da discriminação no ambiente escolar. É perceptível que os maiores alvos do bullying são minorias sociais, tais como LGBT’s, negros, mulheres e deficientes físicos. Isso pode ser comprovado diante de dados: segundo a pesquisa nacional sobre o Ambiente Educacional, 73% dos estudantes LGBT’s já sofreram de violência verbal. Dessa forma, o agressor ao perceber que está em um ambiente com uma pessoa “diferente”, usa esses insultos como forma de inferiorizar determinada pessoa ou grupo, trazendo, assim, consequências graves para as vítimas.  Em decorrência disso, a falta de preparação escolar colabora para que essa violência continue acontecendo. As faltas de medidas punitivas aos agressores junto com a falta de professores especializados contribuem para que isso se mantenha. Dessa forma, a pessoa discriminada pode ter problemas psicológicos: baixa autoestima, queda nas notas escolares, ansiedade, depressão, mutilação, etc. Portanto, é função da escola ver essas diferenças como diversidade, e não como um problema, promovendo uma mudança na mentalidade social de seus alunos. Essas atitudes corroboram com a tese de Thomas Hobbes na qual dizia que “a intervenção estatal é necessária, como forma de proteger os cidadãos de maneira eficaz” de forma que, ao promover uma educação inclusiva, essas pessoas sejam respeitadas.  Torna-se evidente, portanto, que esse entrave social se baseia na discriminação de minorias e ausência de escolas inclusivas. Desse modo, o governo em parceria com as escolas públicas podem trabalhar com psicólogos de rede pública a fim de promover mais respeito e igualdade nesse ambiente, por meio de aulas temáticas, teatros e debates. Inclusive fazendo parcerias na saúde para que as vítimas dessa agressão façam tratamento psicológico se necessário. Assim, crianças e adolescentes serão respeitosos e livros como Extraordinário serão símbolo de uma época em que os Direitos Humanos não eram para todos.