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Enviada em: 19/10/2017

“Não importa o quão ruim eu me sinta, meu coração não para de bater e meus olhos se abrem pela manhã”. A fala retirada do filme “Preciosa” retrata de forma clara o quadro em que se encontram pessoas que sofrem diariamente com o bullying, termo que apesar de novo é um problema antigo e latente. No Brasil, a situação não é diferente. Entretanto, uma vez que a verdadeira preocupação chegou às instituições de ensino tardiamente, torna-se indispensável conscientizar a população a cerca dos problemas que tal mazela social pode gerar como psicopatologias, segregação ou até mesmo a morte.        A priori, é preciso compreender que o termo bullying surgiu na década de 80 e foi criado pelo professor Dan Olweus. Contudo, o ato que tal prática se refere antecede o seu surgimento, que dificilmente pode ser datado. No entanto, uma vez que, a sociedade contemporânea se construiu através de moldes tortos é fácil perceber o porquê de seu aparecimento. Usando preceitos kantianos entende-se que o ser humano é o que a educação faz dele e, em um mundo com exemplos como Hitler, à ditadura e a escravidão, a exclusão do diferente parece ser algo comum e aceitável, o que ratifica a necessidade de uma conscientização.       A posteriori, é preciso colocar o bullying como um tema evidente, posto que, muitos não têm ideia da dimensão que um simples ato pode gerar. Segundo a coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Alexandrina Meleiro, estudos mostram que casos de ansiedade e depressão podem estar relacionados ao bullying e a falta de conhecimento destes faz com que o assunto se torne tabu, por isso, é tão importante discutir o tema.        Pode-se dizer, portanto, que é preciso evidenciar não só o bullying, mas também, as suas consequências para a atualidade. Assim sendo, a escola, como instituição reguladora deve ministrar em parceria com psicólogos palestrar e debates acerca de tal problemática. Logo, a população terá contextualização e será capaz de categorizar ações do passado como errôneas. Tais medidas podem acontecer em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que arrecadarão fundos e aprimorarão o projeto. Só assim a criança de hoje será o adulto de amanhã capaz de respeitar e compreender, como já citado por Sartre, que a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.