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Enviada em: 26/10/2017

A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU – assegura a todos os indivíduos o direito à paz e ao bem-estar social. Entretanto, dados do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes revelam que essa realidade não se faz totalmente presente em terras tupiniquins, uma vez que um a cada dez estudantes é vítima frequente de bullying nas escolas. À luz disso, faz-se indispensável entender as causas e os efeitos da intimidação sistemática vigente, a fim de elementar medidas que atenuem a questão.   De acordo com o sociólogo John Locke, em sua teoria da Tábula Rasa, o ser humano, ao nascer, constitui-se em uma folha em branco, ou seja, o aprendizado depende das informações e vivências às quais a criança é submetida ao longo de sua formação empírica. Desse modo, depreende-se que um jovem, quando inserido em um ambiente violento, pode repetir esses comportamentos agressivos em meio escolar. Por consequência do fato supracitado, cria-se um estado de conflito no meio estudantil, o qual afeta o desempenho escolar das vítimas, além de provocar traumas psicológicos e lesões físicas - e, em alguns casos - até a morte.    Em outra análise, urge salientar a inoperância das instituições de ensino como fator impulsionador da problemática. Segundo o pensador Émile Durkheim, o organismo social consiste na teoria de que cada esfera da sociedade desempenha um papel fundamental para a manutenção do equilíbrio coletivo. Sob tal ótica, a insuficiência de medidas e a falta de atenção dada a questão da intimidação sistemática por parte das escolas rompe com essa harmonia coletiva, uma vez que – na maioria dos casos -, a questão é tratada como um problema corriqueiro do ambiente escolar, sem passar por avaliação pedagógica eficaz. Em virtude disso, é imperioso que as instituições de ensino alterem essa lógica, a fim de solucionar o problema pela raiz.    Entende-se, portanto, que a questão do Bullying em ambiente escolar constitui-se como um problema, carente de solução. Cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas públicas e privadas, capacitar os professores para identificarem e resolverem o problema, por meio de cursos de formação online, além de disponibilizar psicopedagogos em ambiente escolar, objetivando, com essa prática, atenuar a problemática com acompanhamento psicológico aos agressores e vítimas. Por fim, cabe ao Governo por meio de propagandas midiáticas, divulgas as formas de identificar a intimidação sistemática e as maneiras de proceder, com a finalidade de conscientizar os indivíduos. Talvez, dessa maneira, seja possível vislumbrar melhores perspectivas.