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Enviada em: 23/10/2017

Na adaptação do romance de Stephen King, "Carrie, a Estranha", a adolescente enfrenta o bullying praticado por seus colegas de classe, além dos abusos físicos e psicológicos de sua mãe, uma fanática religiosa. No final da trama, a jovem descobre poderes sobrenaturais e os usa para se vingar dos outros alunos. Já fora das telas de cinema, no Brasil, a realidade não é diferente; porém, somente no ano de 2016, uma lei foi criada para combater a prática. Entende-se, portanto, que se faz necessário a tomada de medidas para que haja uma valorização à essa luta no ambiente escolar e nas relações familiares.  Em primeiro plano, é necessário compreender que a escola possuí um papel fundamental como agente combatente à prática. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o número de alunos que relataram já terem sido vítimas de bullying aumentou em aproximadamente 11% nas escolas nos últimos anos. Esses dados, portanto, revelam que os ambientes escolares — onde as crianças e os adolescente passam parte de seus dias — ainda não são um espaço seguro, apesar das recentes mudanças na legislação do país.  Mas, além da escola, é necessário enxergar também em uma educação familiar sólida um meio de se combater esse tipo de violência. Segundo a teoria da Tábula Rasa, de John Locke, o ser humano é como uma tela em branco que é preenchida por experiências e influências. Compreende-se, então, que os valores passados dentro dos lares são fundamentais para a formação do caráter nas crianças e a autoafirmação deste que ocorre nas fases da adolescência.  Portanto, é necessário que os indivíduos e o poder público unam-se para resolver o impasse. O Ministério da Educação e da Saúde podem realizar concursos públicos para psicólogos, a fim de disponibilizar esse profissional em todas as escolas estaduais e municipais para que haja o acompanhamento psicológico com aqueles que praticam e as vítimas do bullying. Além disso, as escolas podem propor trabalhos escolares e palestras com responsáveis, com o intuito de incentivar um diálogo aberto em casa sobre a questão. Por fim, a mídia pode, com campanhas, novelas ou filmes,  mostrar que esse tipo de violência pode trazer consequências graves e que deve ser combatido. Espera-se que, com essas medidas, seja possível evitar traumas permanentes nas vítimas e, no pior dos casos, um final trágico com mortes como o ocorrido no romance de Stephen King.