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O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire afirmava que “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Analisando o pensamento e relacionando-o à realidade da educação no Brasil, percebe-se a necessidade de um olhar mais atento para o aprimoramento do sistema de ensino, porque justamente nesse ambiente, são recorrentes os casos de violência física e psicológica. Nesse sentido, considerando a importância dos meios educacionais, necessita-se de uma ação conjunta das esferas sociais a fim de solucionar a problemática do bullying nos país e, assim, reduzir seus efeitos na sociedade. Em primeira análise, destaca-se a importância da escola na solução de atos como o bullylng. Para Nietzsche, a escola tem o papel de romper “a moral do rebanho” – que promoveria a massificação – e de incentivar a educação para a cultura e tolerância, isto é, além da simples exposição de conteúdo, é seu dever educar o aluno para a convivência no coletivo, nas relações pessoais e profissionais. Caso contrário, as consequências geradas pela prática do bullying - dentro dos ambientes escolares - podem se tornar irreversíveis, como o caso de suicídio interpretado pela protagonista da série "Os treze porquês". Ademais, deve-se salientar a importância do meio familiar no combate ao bullying e na prevenção de seus possíveis efeitos. Nesse contexto, um exemplo recente é o caso do aluno de 14 anos que sofria bullying e, por isso, atirou contra colegas dentro de uma escola de Goiâna. O problema maior é que o pai, no entanto, desconhecia que o filho sofria com atitudes ofensivas. Por isso, é necessário que o ambiente em casa seja de diálogo e compreensão, para que os problemas externos ocasionados por violências físicas e psicológicas não prejudiquem a qualidade de vida das vítimas e, consequentemente, se agravem resultando em tragédias maiores como o caso em Goiânia. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de se discutir a questão e o papel da escola e dos responsáveis nessa problemática, a fim de garantir que seus efeitos sejam minimizados na sociedade. Em primeiro lugar, o Estado tem o dever de proporcionar recursos para a contratação de profissionais especializados em bullying, nas escolas, fornecendo o apoio psicológico necessário à vítima, ao agressor e aos espectadores dessa agressão. Ainda, a mídia, enquanto ferramenta influenciadora de comportamento e opiniões, pode desenvolver projetos, que por meio da ficção, por exemplo, leve a discussão à família, mostrando a importância de o assunto ser tratado em casa. Por fim a escola, então, pode chamar os pais ao debate e, com palestras e reuniões em grupo, mostrar o seu papel nessa prevenção. Só assim será possível uma escola aos moldes de Nietzsche: tolerante, segura e crítica.