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Enviada em: 28/09/2018

O contexto das eleições brasileiras de 2018 tem servido de palco para a consolidação das redes sociais como importante agente no cenário político nacional. Entretanto, apesar de garantirem um acesso fácil e rápido as principais propostas e também fomentarem as discussões político-eleitorais, nota-se que tais ambientes virtuais têm sido polos de intensas manipulações ideológicas aos usuários, orquestradas por partidos políticos e setores ligados a eles, como instrumento para a geração de votos.       Primeiramente, é inegável a crescente relevância angariada pelas redes sociais nos contextos eleitorais dos últimos anos. Isso porque tais plataformas, ao garantir um acesso instantâneo e ilimitado do usuário as páginas dos candidatos, e consequentemente, aos seus ideais e propostas; facilitam o contato desses eleitores com os elegíveis cujas ideias simpatizam. Além disso, tanto a abrangência - pesquisa realizada pela Federação de Comércio do Rio de Janeiro estimou que 63% dos brasileiros utilizam redes sociais - quanto a capacidade de exposição de opinião nesses meios acabam por estimular o debate político no ambiente virtual. Portanto, constata-se que as redes sociais têm sim um válido e ascendente papel no cenário eleitoral atual.       No entanto, junto do crescimento em importância também aumentam os casos de manipulação ideológica em redes como Facebook, Twitter e Whatsapp. Nesse sentido, já dizia Joseph Goebbels, articulador da propaganda nazista: "Uma mentira dita mil vezes, torna-se verdade". E assim como a publicidade do regime alemão convenceu o povo a aceitar o nazismo por meio da manipulação da mídia e divulgação de notícias faltas, muitos partidos políticos e empresas de propaganda têm se utilizado de fake news, perfis falsos e análise de dados para inflacionar a imagem de certos candidatos. Prova disso foi o caso da empresa Cambridge Analytica, acusada de manipular as eleições estadunidenses de 2016, mostrando os perigos da atuação desses setores nesses locais.       Diante do exposto, é evidente a necessidade de se combater tais ações. Aqui, além de investimentos estatais e dais próprias empresas administradoras para impedir propagação de notícias falsas nas redes sociais, parcerias devem ser realizadas entre essas empresas e a mídia. Tais ações seriam dirigidas para a divulgação de informações corretas, propagadas pelas próprias redes, como uma errata a um conteúdo mentiroso. Com isso, os usuários terão acesso a fontes seguras, que poderão usar de base para suas decisões eleitorais.