Enviada em: 24/10/2018

Sócrates e os sofistas dos tempos modernos      É de conhecimento geral que uma simples onda de rádio se tornou capaz de transportar opiniões, informações e tantos outros dados à qualquer parte do globo em poucos segundos. Como resultado, a influência de alguns poucos agentes sociais nunca foi tão grande na vida de milhões que curtem, comentam e compartilham informações nas redes sociais.       Em razão de uma sociedade cada vez mais inserida no contexto de rede social, a possibilidade de um indivíduo exercer influência sobre um determinado grupo cresce. A maior parte dos usuários não produz, e muitos não tem opinião própria, já que aquilo que é replicado foi, primordialmente, criado por alguém, uma parcela que é minoria na internet. E esse agente criador adquire o poder de interferir nas atitudes da maioria ociosa. São os sofistas dos tempos modernos.      A capacidade de exercer influência sobre um número grande de cidadãos é fatal em períodos particularmente importantes para a sociedade, como uma eleição democrática, onde indivíduos de classes sociais diferentes acabam por demonstrar aversão e afinidade para com diferentes candidatos. Para horror de Sócrates, que defende o questionamento próprio, uma pessoa indecisa é facilmente coagida por alguém que ela adquiriu certa estima sem nunca ter visto pessoalmente.         Em consequência disso, há o crescimento na circulação de notícias falsas, tendenciosas, que denigrem ou elevam as qualidades de um sujeito sem um mínimo fundo de realidade. Ainda assim, para que tal fato ocorra, necessita-se de entidades que façam ou iniciem essa propagação. Na realidade, muitas dessas entidades, não são mais do que uma pessoa.        Sendo assim, a criação de uma lei que puna os criadores de notícias que não apresentem um respaldo de uma investigação criminal ou de uma hipótese, por exemplo, somada ao cumprimento do Art. 307 do Código Penal, que pune aqueles que atribuem-se de identidades falsas, é capaz de solucionar o problema de forma rápida e eficaz.