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Enviada em: 18/10/2018

"Quem não lê notícia é desinformado; quem lê é mal informado". Com essa frase, o americano Denzel Washington desvelou a intrincada relação da sociedade contemporânea com a informação. Nesse contexto, o uso de redes sociais para manipular e disseminar notícias e fatos - verdadeiros ou não - tornou-se protagonista de uma nova forma de fazer política que detém o poder de conduzir o ideário coletivo para fins de interesse. Com efeito, faz-se necessário entender essa nova dinâmica e como ela afeta a democracia.       Sob esse viés, convém destacar o papel do Facebook nas últimas eleições presidenciais americanas, o qual está sendo investigado pelo Senado daquele país. Essa influência é devida a possibilidade de adequar o conteúdo para cada usuário e, ao personalizar a informação, torna o receptor vulnerável a manipulação. Em consequência disso, é perfeitamente plausível que a democracia esteja sendo colocada em xeque ao retirar do cidadão a soberania de seu voto de forma velada e imperceptível.       Ademais, o poder que uma tela pessoal de bolso possui, parece ter sido negligenciado por velhos clãs políticos e publicitários tradicionais. Visto a ascensão de partidos e candidatos pouco expressivos até então e como estes se utilizaram das mídias sociais de forma acentuada e como conseguiram cooptar seguidores de maneira exitosa, a exemplo de Donald Trump, nos Estados Unidos. Ainda mais, como dito pelo filósofo iluminista Voltaire: "para atingir nosso propósito é melhor que nos dirijamos à paixão do homem, e não à sua razão". Tal afirmação é consonante com a realidade individual das redes, que aumenta o engajamento para as demandas de quem idealiza campanhas ao despertar emoções específicas no leitor.       Por tudo isso, a fim de garantir a idoneidade do processo eleitoral, faz-se necessário a ação conjunta entre sociedade e Estado. Para isso, cabe a União por meio do Tribunal Superior Eleitoral a investigação e a punição de quem usa as redes sociais para manipular as massas, bem como a aplicação penal para essas empresas de mídia digital, como o intuito de preservar o cidadão. Para que este, por sua vez, tenha autonomia para escolher seus representantes. Além disso, o indivíduo deve armar-se de informação para não ser vítima de mal intencionados por meio de campanhas já existentes do Ministério Público e do próprio TSE, e sempre que possível, passar adiante o perigo que existe nesse processo criminoso que tira do povo o poder de decidir o futuro da nação.