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Enviada em: 18/10/2018

No livro "1984", de George Orwell, lê-se: "Big Brother is watching you". Escrita no séc XX, a sentença de Orwell se mantém atual, uma vez que, com o advento das redes sociais, a busca por informações pessoais de usuários por parte de grandes empresas e partidos políticos se tornou mais intensa. Somado a uma abundante massa de notícias falsas, o contexto evidencia uma onda ideológica que desafia o bom senso.  Inicialmente, há o caso da empresa britânica Cambridge Analytica, que promovia conteúdo ideológico de acordo com o perfil do usuário. Esta iniciativa se assemelha ao cenário descrito por Joachim Fest, no livro "Hitler: uma biografia", em que o ditador alemão pregava a ideia de que a propaganda ideológica deveria alcançar até o mais ignorante dos homens. Isso demonstra que o uso de tais meios visam o controle das liberdades e do livre pensamento.   Além do mais, o crescimento das redes sociais como principal meio de informação exponencia a descredibilização das mídias oficiais, favorecendo as fake news. Em decorrência disso, Jason Stanley, no livro "How fascism works", afirma que a disseminação de notícias falsas faz parte das medidas tomadas na aplicação de governos ditatoriais. Observa-se, portanto, que o compartilhamento de mentiras age diretamente nos pilares dos processos democráticos.   Diante do exposto, se faz necessário o aprimoramento do senso crítico coletivo, por meio do promovimento do hábito de checagem das notícias, bem como do acesso a portais fact-checking, como o E-farsas e/ou Lupa. Além disso, o Estado deve ampliar a legislação que pune esses atos para o campo da internet, como também, por meio do Ministério Público, investigar e punir grupos que venham a se utilizar de tais meios. Estas medidas, juntamente com a colaboração dos responsáveis pelas mídias sociais, podem ser importantes no sustento da democracia e da verdade.