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Enviada em: 20/10/2018

A democracia surge na Grécia Antiga como um modelo ideal de organização da Pólis. Mesmo com algumas contradições, inerentes à época de sua criação, o sistema democrático carrega em si a virtude do dialogo, isso é, a participação popular nos debates públicos. No entanto, a partir da consolidação das redes sociais como principal plataforma de interação humana, as discussões políticas no país estão assumindo características maléficas à democracia, tais como a polarização extrema e a intolerância social.        Nesse sentido, a Revolução Técnico Informacional promoveu uma intensa popularização da tecnologia no século XXI, o que possibilitou o acesso de boa parte da população às redes sociais. Assim, um novo paradigma ascendeu sobre a sociedade; um novo modelo de socialização que implica, em muitos casos, o fenômeno das bolhas sociais. Tal situação é consequência da ação dos logaritmos de empresas como Facebook, Whatsapp e Twitter, que são programados para mapear tendências e opiniões públicas dos usuários com fim de agrupar indiretamente, por meio da acessibilidade de postagens, indivíduos que pensam de modo semelhante. Diante desse panorama, constata-se o movimento de polarização social, que não é positiva para a saúde da democracia.       Além disso, a quantidade de informações falsas circulando na internet, conhecidas internacionalmente como ''fake news'', estão agravando o problema da polarização da sociedade por meio  da veiculação  de informações drásticas e absurdas que prejudicam opositores políticos. Em muitos casos da geopolítica contemporânea, como na eleição norte americana de 2016 e no plebiscito do ''Brexit'' no Reino Unido, a influência das ''fake news''  no resultado do pleito foram investigadas e confirmadas pelas autoridades jurídicas. Destarte, os boatos, as superstições e as mentiras sempre existiram, porém, a dinâmica das redes sociais, que possibilita uma rápida e indistinta propagação dessas informações falsas e pejorativas, está transformando o debate político atual em um verdadeiro campo de batalha, regado e insuflado pela intolerância.               Sendo assim, para que os pressupostos democráticos resistam as mudanças tecnológicas e sociais do século XXI, o Estado precisa acionar o Ministério da Educação (MEC) e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Primeiramente, o MEC deve promover profundos debates nas escolas estaduais e federais acerca da importância do dialogo e da convivência com opiniões divergentes para o bem estar social, afim de diminuir a intolerância política. Também, a ABIN deve utilizar os mecanismos de inteligência para mapear e excluir as informações falsas das redes. Dessa forma, o Brasil poderá contar com um ambiente propício às discussões políticas.