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Enviada em: 27/10/2018

O modelo democrático atual de  tomada de decisões e votações no mundo ocidental teve sua origem na Grécia antiga, por volta do ano 500 a.C, quando a organização das tribos que originaram as Polis provocou o surgimento das Ágoras, local onde os cidadãos se reuniam para discutir e votar sobre os assuntos de interesse coletivo. Decorridos milênios, a população cresceu e os processos participativos acompanharam o crescimento populacional e as novas tecnologias, culminando nos  atuais, das redes sociais, com facilidade para acesso e território livre para debates.        Seria lógico esperar que esse avanço proveniente da tecnologia da internet trouxesse maior participação da população na construção democrática do que aquele em que as discussões eram restritas a determinadas categorias consideradas cidadãs.Na era da tecnologia, para participar de discussões políticas na era da informação, basta ter um celular "on line”, o que já ocorre com 68 % dos brasileiros que possuem internet, conforme pesquisas realizadas pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro. O que se observa, no entanto, é ausência de qualidade nas discussões políticas deixando de lado os debates necessários para a construção de uma sociedade mais justa para todos, transformando as redes sociais em territórios de embates ardentes, algumas vezes fundamentados em notícias falsas e manipuladas por grupos que fabricam notícias e que são replicadas como verdadeiras.       Apesar disso,  é inegável que contribuem para consolidação democrática de maneira gradativa, na medida em que mais pessoas obtêm acesso às redes sociais e podem se expressar, a exemplo do que ocorre nas eleições 2018, principalmente pelo Facebook no Brasil.Cabe ressaltar que as ferramentas e técnicas de manipulação das informações também cresceram muito, dobrando o seu raio de ação em um ano, conforme pesquisa da Universidade de Oxford.A evolução tecnológica facilitou o processo de  manipulação e divulgação de notícias através de perfis falsos com intuito de parecerem verdadeiras e merecedoras de compartilhamento por usuários que nem desconfiam que estão sendo manipulados por interesses financeiros e eleitorais, muitas  vezes sem qualquer fundamento plausível.     Dentro desse cenário , visando respeitar o direito básico ao acesso de informações fidedignas  e da livre expressão nas redes sociais, de imediato, os usuários precisam ser orientados pelos gestores das redes sociais quanto a busca da origem das notícias e fomentar o respeito à diversidade de opiniões.Em segundo plano, como apoio legal à regulamentação, o Congresso Nacional deve criar leis que acompanhem a evolução desse espaço tecnológico para coibir excessos e o mau uso dessa ferramenta para que se preserve esse ambiente democrático, afinal o mundo ainda é um aprendiz da tecnologia e, como disse Santo Agostinho: “Nada estará perdido enquanto estivermos em busca.”