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Enviada em: 01/11/2018

De acordos com dados do IBGE, 70,5% dos lares brasileiros possuem acesso à Internet. Com isso, há grandes impactos nas eleições presidenciais de 2018, uma vez que a produção de conteúdos foi democratizada, abrindo caminhos às notícias falsas e à desinformação e pondo em xeque a necessidade de cidadãos críticos em prol do exercício ético de suas cidadanias.       No panorama nacional, o presidente eleito em 2018, Jair Messias Bolsonaro, ganhou forças políticas a partir das redes sociais, sobretudo por meio de declarações de caráter preconceituoso. No mesmo viés da intolerância, o vice-presidente, Hamilton Mourão, associou, em um discurso de campanha, o índio à indolência e o afrodescendente ao crime. Ambos os eleitos uniram cidadãos em prol de seus ideais, com pouco tempo de campanha televisiva, propagaram-se por meio da Internet e conquistaram a admiração de milhões de eleitores. Infelizmente, nota-se que os discursos de ódio e a publicidade negativa não são um entrave para o acirramento de partidos políticos, tampouco causam aversão generalizada em uma sociedade tão diversificada, nas óticas étnica, racial e cultural, que define a nação brasileira.         Nesse sentido, sob o ponto de vista do filósofo francês conhecido como Mostesquieu, na obra "O Espírito das Leis", a natureza humana é egoísta e individualista, sendo a democracia um regime incompatível com sua essência, pois exige que os interesses coletivos estejam acima dos individuais. Essa realidade é comprovada nos usuários e portais da Internet, que difundem as notícias falsas como forma de beneficiar atores políticos e sociais, comprometendo a circulação de material jornalístico de qualidade e resultando em um indivíduo confuso. Apesar disso, observa-se que o sistema democrático é aprimorado à medida em que se desenvolve o sistema educacional, considerando que a formação da criticidade torna os indivíduos mais capazes do exercício de seus direitos e de ministrar, corretamente, o conhecimento que lhes é transmitido nos meios de comunicação.       À luz dessas considerações, fica clara a importância do indivíduo analisar e questionar as notícias veiculadas pela Internet. Para isso, faz-se preciso uma reforma no sistema educacional, que auxilie o aluno na busca pelo conhecimento e pelo fim da intolerância e do individualismo, de forma que conteúdos como cidadania, moral e ética sejam praticados a partir de campanhas e projetos solidários. Ademais, o Ministério da Defesa deve, em parceria com o TSE, monitorar a ação de organizações, partidos políticos e portais que difundam notícias falsas, especialmente nos períodos de eleição. Ampliada, então, a consciência dos jovens e a defesa pela verdade, a influência negativa das redes sociais será minimizada, dependendo do indivíduo o seu futuro e de sua comunidade.