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Enviada em: 01/11/2018

Ao longo do processo de desenvolvimento da humanidade, as representações políticas foram substancialmente influenciadas por fatores culturais e históricos de cada comunidade. Hodiernamente, com o avanço dos meios técnico-científico-informacionais, nota-se uma profunda influência das tecnologias cibernéticas no meio sociopolítico. Por conseguinte, as redes sociais assumem um papel de extrema importância no que tange ao assunto, seja no âmbito sociocultural, seja no jurídico.        Mormente, é indubitável que as redes sociais assumiram um papel de formação social do indivíduo moderno. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, um fato social configura um conjunto de ações e valores que norteiam, de maneira coercitiva, a postura do cidadão na conjuntura nacional. Analogamente, as redes sociais apresentam seu valor coercitivo, sobretudo, em questões políticas: a facilidade na manipulação de informações, compartilhamento de dados falsos e subornos eleitorais tornaram-se facilitados. Desse modo, cria-se um fato social que influencia diretamente a opinião política e coordena o voto de maneira implícita.        Outrossim, é preciso destacar o papel estatal e jurídico no que tange ao assunto. A influência das redes sociais no processo eleitoral expõe o antiquado sistema legislativo eleitoral do país, que não possui leis atualizadas para enfrentar os entraves gerados pelas redes sociais na política. Para o filósofo Thomas Hobbes, um governo sábio deve legislar de acordo com as necessidades de sua nação, a fim de garantir a igualdade e a justiça da nação. No Brasil, infelizmente, a teoria não se demonstra presente: apenas 20% dos crimes cibernéticos são denunciados e registrados, segundo o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da PUC-RS. Tal dado, quando relacionado à influência eleitoral nas redes sociais, comprova a fragilidade do sistema quanto à investigação e punição dessa forma de campanha política.        Entende-se, destarte, que as redes sociais possuem um amplo papel de influência social, jurídica e legislativa nos processos eleitorais. Para atenuar os problemas expostos ou gerados por tal instrumento, o Terceiro Setor pode, juntamente com ONG’s nacionais, desenvolver e distribuir nas principais cidades nacionais, cartilhas e livretes informativos que informem o cidadão a importância da pesquisa de fatos na escolha eleitoral. Concomitantemente, as Universidades Federais podem, por meio dos bacharéis e mestrandos de ciências jurídicas e de tecnologia, formular leis e instrumentos que possam oficializar as redes sociais como forma de propaganda política, com intuito de coibir crimes eleitorais e políticos. Desse modo, esse fato social será gradativamente minimizado no país.