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Enviada em: 08/03/2019

O sociólogo Émile Durkheim afirma que "o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela". Nesse contexto, se insere a influência da tecnologia no cotidiano dos brasileiros, haja vista que cada vez mais pessoas estão no mundo virtual. Por isso, as redes sociais possuíram um grande papel nas eleições de 2018 e, inclusive, maior que o das outras mídias. Dessa forma, é necessária uma discussão sobre os fatos recorrentes a esse assunto, sobretudo no que tange às causas sociais, com o intuito de solucioná-lo.       Cabe destacar, de início, o conceito de inteligência coletiva, de Pierre Levy. Segundo o pensador, cada usuário compartilha parte do seu conhecimento na rede, ajudando a formar um conhecimento ainda maior, visto que "ninguém sabe tudo, mas cada um sabe um pouco". Contudo, ainda segundo Durkheim, o egoísmo humano também provém das relações sociais e, consequentemente, esse egoísmo acaba formando uma sociedade individualista que busca satisfazer seus próprios interesses. Esse cenário contribui para o surgimento das fake news (notícias falsas), em que o usuário que cria tal notícia visa apenas ao seu interesse, sendo indiferente ao sofrimento alheio. A consequência de tal fato está na desconstrução da inteligência coletiva de Levy, atrapalhando o compartilhamento de conhecimentos verdadeiros e úteis ao indivíduo.       Além disso, as redes sociais estão tão presentes na vida do brasileiro que acabaram por afetar diretamente as eleições presidenciais de 2018, uma vez que grande parte da população escolheu seu candidato baseada em informações publicadas nas redes sociais. Ao invés de estimularem o conhecimento coletivo por meio de debates construtivos e úteis sobre a política, muitos usuários acabaram divulgando várias fake news, simplesmente por serem a favor de um ponto de vista, sem pesquisar a veracidade da informação e, ainda, alguns receberam bonificação para tal divulgação, demonstrando o egoísmo citado por Durkheim. Desse modo, a internet se tornou uma ferramenta de controle das massas populares, onde ocorrem ataques e acusações políticas, prejudicando o compartilhamento de saberes.       Diante de tais argumentos, portanto, é imprescindível que o Estado, em parceria com os Ministérios da Educação e da Justiça, promova debates e campanhas nas escolas, nas universidades e na internet, por meio da disponibilização de profissionais e da criação de fóruns, a fim de orientar e conscientizar sobre a influência das redes sociais e da internet na vida do cidadão brasileiro, alertando e ensinando como identificar as fake news. Além disso, é necessário que a Polícia Federal fiscalize e rastreie essas notícias, para que possam chegar à sua fonte, e assim, punir os envolvidos.