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Enviada em: 07/10/2018

Consoante Aristóteles, todo homem é um animal político, haja vista caber a ele transformar a sociedade através da ação, como ocorreu na Revolução Francesa, na qual a ideologia iluminista modificou a estrutura absolutista da época. No entanto, não só o conformismo contemporâneo, como também a falta de um posicionamento crítico por parte dos jovens vêm colocando a ação como prática fundadora da sociedade em questão.       No que se refere à comodidade, tem-se que cada vez mais os indivíduos são coibidos a permanecerem estáticos diante das situações, seguindo a lógica física da Primeira Lei de Newton: a inércia. Dessa forma, é crescente o número de trabalhadores que tendem a aceitar casos de exploração, por exemplo. Essa coibição ocorre de forma simples, tal qual na música Piloto Automático da banda brasileira Supercombo, que influencia o cidadão a "nunca reclamar, só agradecer", tornando a sociedade, à guisa de Durckheim, coercitiva e, portanto, estagnada.       Outrossim, o poder da ação dos jovens sempre foi indubitável, sendo tema de pensamentos filosóficos, a citar Victor Hugo, que afirma que a força dos bárbaros reside em sua juventude, e de músicas, como Geração Coca-Cola de Legião Urbana. Isso ocorre devido a maior facilidade da juventude em se adequar ao novo. Porém, a alienação constante e a falta de uma estrutura escolar e familiar capaz de formar um ser crítico e atuante tornam a geração igualmente cômoda.        Convém lembrar ainda que a ação social é intrínseca aos seres, posto que conforme o Possibilismo Geográfico é preciso adequar o meio às carências dos indivíduos. Um exemplo disso é a Lei da Ficha Limpa, que foi criada a partir de iniciativa popular, devido à necessidade por parte do povo de eleger candidatos honestos. Logo, quaisquer impasses que afetem essa ação social natural precisam ser eliminados.       Desta feita, é necessário que o Governo melhore a qualidade das escolas públicas, atuando, principalmente, na fiscalização da presença de aulas de Filosofia e Sociologia, visando uma formação tanto educacional quanto crítica. Além disso, é imprescindível que o Ministério da Cultura incentive a produção de músicas e filmes que instiguem a ação, para que os indivíduos não se tornem alienados e conformados. Por fim, é papel da família ensinar aos filhos, com base em valores éticos, a sempre reclamar de situações incômodas, bem como a lutar por seus direitos. Só assim, com todos atuando na sociedade, o ser humano se tornará de fato um animal político, em concordância com o pensamento aristotélico.