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Enviada em: 18/09/2017

Segundo Aristóteles, o risco de não se envolver com a política é ser governado por tiranos ou por aqueles que não têm competência. Portanto, é nisto que reside a relevância da participação social: é a vontade do povo que impulsiona a ação dos poderes instituídos. Caso contrário, todas as conquistas ficarão no papel. Destarte, torna-se evidente que a mobilização do indivíduo é crucial para que o Estado e as instituições cumpram seu papel social e para que o cidadão não se dispa de sua própria cidadania, especialmente no contexto atual, de clara violação aos direitos fundamentais de muitos.      Primordialmente, em muitos países, a cidadania se efetivou há muito pouco tempo. A exemplo disso, no Brasil, algumas das mais importantes conquistas foram consolidadas e expandidas para toda a população apenas após a constituição de 1988: o sufrágio universal, o acesso de pobres e negros ao ensino superior por meio do sistema de cotas, a proteção à mulher com a lei Maria da Penha, entre outros. Ademais, após o advento da internet, é possível assinar petições públicas, organizar manifestações ou exigir do poder público uma mudança de postura diante dos inúmeros casos de corrupção. Logo, pode-se dizer que existe, atualmente, uma nova forma de exercer a cidadania.       Outrossim, existe uma enorme lacuna entre os direitos formalizados e aqueles efetivamente usufruídos. Assim, é comum que manifestações pacíficas sofram uma repressão policial truculenta e desnecessária. Ao mesmo tempo, é negado a muitos indivíduos o direito à vida e à dignidade, pois vivem relegados a uma vida de miséria e fome.  Portanto,  é indispensável o posicionamento do cidadão nesse contexto, o que pode ser feito, por exemplo, através da participação em grupos que lutam por mudanças como valorização do idoso, proteção ambiental, direitos dos deficientes, entre outros, ou ainda, pela mobilização em prol de quem necessita, ajudando, educando e oferecendo oportunidades às populações marginalizadas. De maneira sucinta, participação social é não manter-se inerte frente às injustiças sociais, abandonando o mal que Zygmunt Bauman alertava: o individualismo.   Diante do exposto, o Ministério da Educação deve intensificar o ensino de matérias como filosofia e sociologia nas escolas de ensino básico. Dessarte, por meio desse tipo de saber, os professores podem estimular um engajamento crítico das gerações futuras em relação às questões que afetam a sociedade, abrindo espaço para que os alunos debatam entre si fatos de interesse público.  Paralelamente, o Poder Legislativo, através de campanhas veiculadas pelas mídias, deve incentivar o cidadão à vida pública convidando-o a participar dos debates e sessões legislativas de sua cidade. Por fim, seria interessante que a população procurasse participar de ONGs ou outros grupos sociais, integrando-se a passeatas ou manifestações que visam exigir soluções mais eficazes do poder público.