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Enviada em: 19/12/2017

A luta pela cidadania       O conceito de cidadania mudou bastante com o passar do tempo, tendo sido influenciado por diversas revoluções, dentre elas a Francesa; e também pelas lutas das minorias, como é o caso dos negros, das mulheres e dos gays, por mais direitos. Assim, cidadão deixou de ser apenas uma nomenclatura que define um sujeito que reside em uma determinada cidade, como nas "pólis" da Grécia Antiga, e passou a ser um termo que abrange um posicionamento político que se amplia até a participação social mais ativa e direta.        Embora a cidadania tenha avançado no sentido de incluir cada vez mais cidadãos na vida pública, o seu pleno exercício ainda é um desafio para todas as sociedades, tanto pela falta de diálogo com aqueles que estão no poder e, muitas vezes, fazem uso do autoritarismo para governar, quanto pelos mecanismos legais que ainda são insuficientes para atender as demandas sociais. Para além disso, a falta de entendimento sobre os trâmites burocráticos da administração pública também revela-se como um entrave ao bom andamento do exercício da cidadania.      O controle social exercido pelos cidadãos sobre seus governantes é insuficiente, seja em decorrência dos poucos mecanismos de controle, como sites oficiais atualizados, participação direta em decisões de interesse público, sindicatos éticos e comprometidos com seus sindicalizados, ou pelo nível de escolaridade das pessoas que, no caso do Brasil, ainda é muito baixo. Tem-se alta taxa de analfabetismo que se agrava, ainda mais, quando se considera os analfabetos funcionais, que são incapazes de compreender criticamente os fenômenos sociais da vida cotidiana, de modo a desenvolver um posicionamento independente que resulte em uma intervenção dentro dos preceitos admitidos pela democracia. Sendo assim, estudar é uma forma de afirmação e emancipação.       Um caminho para a sociedade seria compreender que o cavalo tem mais força que a criança que o guia, parafraseando George Orwell, autor de "A revolução dos bichos". Ou seja, os cidadãos podem fiscalizar as ações de seus representantes, intervindo em suas práticas e fazendo valer a vontade e o interesse coletivos, e não de um grupo privilegiado de indivíduos. Para isso, é necessário participar da vida pública, tanto utilizando os espaços que já existem, como, por exemplo, assembleias, audiências públicas, sindicatos, cooperativas, etc; quanto criando novos espaços democráticos para o exercício da cidadania e do controle social.        A cidadania se faz, portanto, pelo exercer, quando se há participação individual e coletiva, direta e indireta, por parte de cada um, e ao mesmo tempo de todos os cidadãos juntos, na vida pública.