Materiais:
Enviada em: 06/02/2018

A revolução da cidadania       Sob o prisma da sociologia, a cidadania é o exercício consciente da atuação política em sociedade. Nesse sentido, o conhecimento sobre os direitos e deveres, dos quais cada cidadão deve dispor, faculta a participação na vida pública, bem como promove a emancipação de sua condição civil. Entretanto, quando se observa a apatia social difundida entre grande parte da população brasileira, emerge o fenômeno do analfabetismo político, o qual configura um grave problema sociopolítico.       Em primeiro plano, vale ressaltar que ser cidadão implica não somente na observância de seus deveres, mas, sobretudo, de ser conhecedor de seus direitos civis, políticos, sociais e humanos. Com essa postura, o indivíduo torna-se capaz de intervir na formação e organização de seu meio social, através da politização - intrínseca na condição de cidadão - na qual contribui para o processo de mudança em prol de grupos que compõem a vida em sociedade. Bom exemplo disso é o plebiscito e a ação popular, direitos imperativos no ordenamento jurídico brasileiro. Desse modo, a prática de politizar está contida no cotidiano de cada cidadão, diversamente ao que é doutrinado pelo senso comum, em que o ato associa-se, tão somente, no período de eleições ou que este é apenas exercido por aqueles que foram escolhidos para representar o povo.       Além disso, é cabível enfatizar que o fenômeno do analfabetismo político provém do ideário coletivo de acreditar que política se refere apenas a filiação de partidos ou de sustentar ideologias. Essa problemática assume contornos específicos no Brasil, onde, o povo é educado à não participação social e política, que, por conseguinte, favorece o desengajamento popular. Prova disso, é a ausência de interesse da nação quanto aos contínuos aumentos da tarifa de luz, da alimentação, dos tributos, dentre outros, dos quais são fruto direto das decisões políticas. Com efeito, a despolitização da vida social compromete o exercício da cidadania, tornando indivíduos alheios de si, à medida que perdem a consciência de orientar-se politicamente conforme seus respectivos interesses individuais.        Torna-se evidente, portanto, que os caminhos para a conscientização cidadã, a qual compreende a a participação social, apresenta entraves que necessitam ser revertidos. Desse modo, cabe à pasta da Educação, em parceria com o Ministério Público Eleitoral, a criação da disciplina Educação Política,  por meio da reforma da grade curricular dos ensinos fundamental e médio, na qual contemple a participação de especialistas da área da Política, sendo a ciência obrigatória para todas as escolas públicas e privadas. Espera-se, com isso, uma educação mais aberta e democrática, tornando a população, desde cedo, conhecedora de seus direitos.