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Enviada em: 08/02/2018

De acordo com José Saramago, na falsa democracia mundial, o cidadão está à deriva, sem oportunidade de intervir politicamente e mudar o mundo. Nesse sentido, percebe-se que o caráter participativo e o papel de cidadão acentuado expressivamente nas sociedades durante o Iluminismo e a Revolução Francesa, embora sejam influências em ações atuais, perderam-se quase que totalmente no tempo. Dessa forma, deve-se elucidar os fatos, tendo como objetivo propor soluções para o problema.            Ainda que já tenham havido avanços na luta contra o controle da participação social dos cidadãos, observa-se que o autoritarismo e as informações com a finalidade de alienar a população têm grande poder. No período do pré-modernismo, autores produziam uma literatura engajada de denúncia dos problemas sociais, políticos e econômicos do Brasil. Porém, é nítido que a cidadania e o direito à participação nos assuntos coletivos são de conhecimento de poucos, pois, a mídia em conjunto com o governo possui supremacia nos assuntos que dizem respeito ao social. Por conseguinte, boa parte da população encontra-se alienada e pouco conhece sobre seu potencial protagonismo na sociedade.                 Somado a isso, é importante ressaltar que certos padrões estão enraizados nos pensamentos da coletividade há muito tempo, estes que limitam a procura de melhorias e mudanças pelos jovens. Mesmo com o advento da internet e a facilidade de encontrar pessoas com o mesmo propósito, os movimentos revolucionários aparentam ser utópicos. Jovens são ensinados que ser cidadão é somente conhecer superficialmente seus direitos, quando, na verdade, é também agir como agente atuante na sociedade, não se deixar oprimir nem subjugar e encarar o desafio de defender seus direitos na busca por uma comunidade mais igualitária.               Infere-se, portanto, que as tentativas de involução devem ser combatidas e a cidadania não deve ser encarada apenas como uma palavra com definição no dicionário. Sendo assim, o Governo Federal, em parceria com as escolas, deve promover rodas de conversa, palestras, gincanas e eventos sociais, com a presença de pais e professores, no intuito de que, desde os primeiros anos letivos, sejam trabalhadas estratégias de destruição dos paradigmas sociais e impulsione a participação ativa de todos na sociedade. Assim, todos saberão a real importância da palavra cidadania, que é muito mais do que uma combinação de sílabas, é ação.